Aparecida de Goiânia deve ser investigada por contratações milionárias em shows

Aparecida de Goiânia deve ser investigada por contratações milionárias em shows

Serão investigados, pelo Ministério Público (MP) de cada estado, a realização de shows em mais de 30 cidades em seis unidades da federação. Entre os municípios que devem entrar na lista está Aparecida de Goiânia, com a realização do Aparecida é Show 2022 cotado como um dos eventos municipais mais caros realizados este ano no país.

Vale ressaltar que tudo começou após o cantor Zé Neto criticar a Anitta e a Lei Rouanet, no dia 12 de maio.

“Nós somos artistas que não dependemos de Lei Rouanet, o nosso cachê quem paga é povo, a gente não precisa fazer tatuagem no ‘toba’ pra mostrar se a gente tá bem ou não, a gente vem simplesmente aqui e canta’’, disse o sertanejo.

Agora, o MP apura para saber de onde vem a verba para os cachês milionários dos sertanejos e outros artistas que são contratados por prefeituras. Liderando o ranking está o “Embaixador”, Gusttavo Lima, com quatro shows questionados pelo órgão. Inclusive, uma das apresentações do cantor aconteceria em Aparecida de Goiânia, mas foi cancelada de última hora. O cantor receberia R$ 750 mil pelo show.

Outros nomes citados nas investigações são: Simone e Simaria, Zé Vaqueiro, Wesley Safadão e Xand Avião.

Confira a lista:

Aparecida de Goiânia (GO): A prefeitura gastou R$ 2,2 milhões com atrações musicais para a celebração do Aparecida é Show. Evento em comemoração aos 100 anos do município. Entre os artistas que se apresentaram estão: Wesley Safadão (R$ 700 mil), Xand Avião recebeu cachê de R$ 300 mil, Zé Vaqueiro (250 mil), a dupla Zé Ricardo e Thiago (R$ 90 mil), cantora gospel Isadora Pompeo (R$ 75 mil), Cesar Menotti e Fabiano (R$ 245 mil), Léo Magalhães (R$ 180 mil), Saia Rodada (R$ 240 mil) e banda cristão Rosa de Saron (R$ 80 mil). Gusttavo Lima, que receberia R$ 750 mil), mas cancelou a apresentação.

Teolândia (BA): O Tribunal de Justiça da Bahia cancelou no último dia 3, um show de Gusttavo Lima com cachê de R$ 704 mil pago pela prefeitura de Teolândia, cidade baiana a 278 quilômetros de Salvador, durante a Festa da Banana, uma comemoração tradicional da cidade.

Mossoró (RN): O Ministério Público do Rio Grande do Norte pediu que a Justiça cancelasse os shows de Wesley Safadão e Xand Avião em Mossoró, marcados para as próximas semanas durante uma celebração junina paga pela prefeitura.

Magé (RJ): O Ministério Público do Rio de Janeiro abriu um inquérito para apurar se houve irregularidades na contratação de Gusttavo Lima para um show em Magé, por R$ 1 milhão. A contratação, embora a princípio não seja ilegal, chamou a atenção do MP porque o cachê é dez vezes maior que o valor que a Prefeitura de Magé deve investir em atividades artísticas e culturais durante o ano todo.

Conceição do Mato Dentro (MG): A Prefeitura de Conceição do Mato Dentro, usou uma verba destinada à saúde, educação, ambiente e infraestrutura para pagar o cachê de R$ 1,2 milhão que Gusttavo Lima em junho. O Ministério Público de Minas Gerais está fazendo uma investigação preliminar a respeito dessa contratação;

Bom Jesus (RS): O Ministério Público do Rio Grande do Sul vai investigar a contratação do show da dupla sertaneja Simone e Simaria para a 15ª edição da Festa da Gila e do Queijo Artesanal Serrano, em Bom Jesus. Para a apresentação, a dupla deverá receber um cachê de R$ 380 mil. O show está previsto para o dia 15 de julho.

Mato Grosso (MT): O Ministério Público de Mato Grosso decidiu apurar se houve irregularidade na contratação de cantores, sobretudo do sertanejo, por cachês que ultrapassam o R$ 1 milhão em 24 prefeituras do estado, são elas: Gaúcha do Norte, Porto Alegre do Norte, Figueirópolis d’Oeste, Sorriso, Nortelândia, Salto do Céu, Alto Taquari, Novo São Joaquim, Nova Mutum, Sapezal, Canarana, Acorizal, Brasnorte, Água Boa, São José do Xingu, Vera, Barra do Garças, Juína, Querência, Bom Jesus do Araguaia, Santa Carmem, Matupá, Nova Canaã do Norte e Novo Horizonte do Norte.

O Jornal Diário do Estado entrou em contato com o Ministério Público de Goiás  (MP-GO) e com a prefeitura de Aparecida de Goiânia, mas até o fechamento desta matéria, não obteve resposta.

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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