Apenas cinco obras paradas por gestão, prevê projeto 

Vereador Allysson Lima diz que existem mais de 40 obras paralisadas na capital

Projeto que limita em até cinco o número  de obras paradas por gestão deve ser apresentado nos próximos dias na Câmara Municipal de Goiânia. É o que garantiu o autor do projeto em entrevista exclusiva ao Diário do Estado. Ele faltou ainda sobre a criação da Comissão Especial de Inquérito para investigar os motivos das obras paradas na capital e também sobre como conciliou a profissão de jornalista com o cargo de vereador.

Alysson Francisco de Lima foi eleito com cerca de sete mil votos, Vereador pelo Partido Republicano Brasileiro (PRB) nas eleições de 2016, é natural de Londrina, no Paraná. Por aqui ficou bastante conhecido por apresentar o programa Goiás no Ar (Record TV).

Como foi e porque decidiu se candidatar?

No começo estava apreensivo quando decidi me candidatar. Essa é a segunda experiência política que tenho. Eu morava em Palmas e o pessoal me convidou na época. Foi lá que comecei dar os primeiros passos na política. Fiz amizade com um deputado lá e de repente eu comecei me interessar pelo assunto. Me candidatei  a vereador  em Palmas em 2008 e na época eu perdi a eleição por 40 votos. Em 2009, a Record me chamou para apresentar o Goiás no ar, a Record tem uma ligação muito grande com a Igreja Universal, Isso é público. E aí tem o partido chamado PBR que tem um ligação muito grande também com a Record e a Universal, mas não pertence a eles. Ai o pessoal do PRB me chamou. Conversei com a minha direção e ela deu o ok. Fui pra frente. Me candidatei  e ganhei, mas fiquei apreensivo sobre como ia conciliar o trabalho de jornalista com o trabalho de vereador.

Como você concilia o jornalismo com a política?

O meu medo o tempo todo foi a questão de perder a minha credibilidade, não por questão de deslize moral meu. Nada disso. Miinha preocupação era de essa desconfiança toda em volta da política atingisse o programa e eu perder a audiência. Mas ocorreu o contrário. A audiência aumentou, as pessoas começaram a ficar mais curiosas a tudo que eu falo. Eu, desde o começo, deixei bem claro que não ia usar o jornal como tribuna. As pessoas que me assistem, assistem o Alysson apresentador e lá na Câmara, eu me posiciono como vereador ”.

 Porque investigar as obras paradas no município?

Desde o começo do ano eu estou muito preocupado com essa questão das obras paradas em Goiânia. No começo do mandato já mergulhamos nessa questão do BRT. E aí começamos a cobrar da prefeitura em relação ao BRT, para que a ela retomasse as obras, apresentasse cronograma e a situação do pagamento das empresas que estavam tocando a obra no momento.

Hoje, quantas obras estão paradas na capital?

Começamos a perceber que tinha uma série de obras paradas, Sabíamos que tinham muitas, mas não tínhamos dimensão de que eram 40, aproximadamente. Quando eu fiz o primeiro contato com a Secretaria de Infraestrutura, de imediato o secretário me falou que as empresas, por exemplo, que fazem os CMEIs abandonam as obras.  Hoje onze CMEIs estão parados. A empresa que é contratada começa, faz a fundação e dá os primeiro passos. Depois ela trava a obra para conseguir aumentar o valor do lucro dela. É um comportamento infelizmente de praxe, mas é criminoso. Pretendemos trabalhar no inicio do semestre que vem investigando todas as obras de Goiânia.

Como é este projeto das obras paradas?

É um projeto que estipula o limite de cinco obras paradas por gestão. Por exemplo, se o prefeito Iris começar executar cinco obras, ao atingir esse limite automaticamente a prefeitura ficaria impossibilitada de licitar novas obras durante a gestão. É um projeto polêmico, já conversei com muitos vereadores nos últimos dias. Inclusive o vereador Vinicius Cirqueira, que é engenheiro, já se posiciona contra o limite, pois segundo ele é pouco, é limitar muito o poder público. Minha preocupação é ao contrario, é colocar um limite, condicionar o pode público a ser sempre organizado com a questão de obras. Porque se o poder público for organizado e fizer a parte dele e cobrar as empresas, automaticamente não vamos ter nenhuma obra parada. Hoje essas obras paradas trazem o prejuízo a cada gestão de 40 milhões de reais.

E o que acontece agora com esses projetos?

Vamos trabalhar em duas frentes. Querendo que esse projeto de lei seja aprovado até março no mais tardar, para que ele seja validado para essa gestão do Iris e para que ajude a prefeitura a terminar essas obras paradas. Paralelo a isso a gente vai trabalhar no começo do ano que vem investigando todas essas obras paradas. Será um trabalho minucioso que envolve inclusive acompanhamento técnico.

E como ficou a cobrança do IPTU em Goiânia?

Além desses projetos, criei um que muda a forma de cobrança no IPTU. Na verdade ele não muda a forma de cobrança. Ele continua permitindo a prefeitura cobrar o IPTU, porque ele é um imposto amparado pela Constituição. Eu percebi um ponto frágil nele que eu poderia trabalhar e melhorar. Hoje ele pode ser cobrado pelo poder publico em qualquer logradouro de Goiânia, qualquer espaço que tenha dois serviços: asfalto e um poste. Então quando eu percebi que às vezes a prefeitura cobra em locais com muito pouco eu resolvi ampliar. Encontramos uma brecha no Código Tributário e ampliamos de dois para cinco serviços a exigência para prefeitura poder cobrar o IPTU. Ela passa a ter mais obrigações. Projeto também está tramitando na Câmara e deve ser votado no começo do semestre que vem.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

STF rejeita queixa de Michelle Bolsonaro contra Erika Hilton

Nesta quinta-feira, 26, o Supremo Tribunal Federal (STF) tomou uma decisão significativa, rejeitando a queixa apresentada por Michelle Bolsonaro contra a deputada federal Erika Hilton. A queixa foi motivada por um comentário feito por Erika Hilton em março, que criticava a entrega do título de cidadã paulistana à ex-primeira-dama.

A decisão do STF mantém a imunidade parlamentar de Erika Hilton, protegendo-a de processos judiciais por declarações feitas no exercício de seu mandato. Essa imunidade é uma garantia constitucional para os parlamentares, permitindo-lhes expressar suas opiniões sem medo de represálias legais.

Acusações

Michelle Bolsonaro havia acusado Erika Hilton de injúria e difamação, alegando que as declarações da deputada a ofenderam. A ex-primeira dama pedia uma indenização de R$ 15 mil pelos comentários feitos pela parlamentar em março deste ano.

Na época, a psolista escreveu: “Não dá nem para homenagear Michelle Bolsonaro por nunca ter sumido com o cachorro de outra família porque literalmente até isso ela fez”. O comentário se refere ao caso do animal adotado pela ex-primeira-dama em 2020 que já tinha dono.

No entanto, o STF considerou que as afirmações de Erika Hilton estavam cobertas pela imunidade parlamentar, o que a isenta de responsabilidade legal por essas declarações.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp