Apenas em 2022, casos de dengue aumentam 300% em Goiás

Foto: Divulgação/Prefeitura de Goiânia

Até este início do mês de abril, Goiás tem registrados 87 mil casos de dengue. No mesmo período do ano passado, foram 22 mil, um aumento de quase 300%. Outra doença provocada pelo mosquito Aedes aegypti, a chikungunya, também vem causando preocupação. Em todo o ano de 2021, foram 528 casos. Em 2022, até agora, já são 1,1 mil. Os dados são da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO).

As mortes provocadas pela dengue também vêm aumentando. Hoje, são 79 suspeitas, aguardando investigação, e 11 confirmadas. Ano passado, no mesmo período, foram cinco.

“A quantidade de óbitos notificados tem nos preocupado muito. Dengue é uma doença dinâmica: hoje, posso estar com sintomas leves e, amanhã, estar internado na UTI. Então, em caso de vômitos persistentes, dor abdominal intensa ou sangramentos, por exemplo, é preciso procurar uma unidade de saúde imediatamente”, afirma o coordenador de Dengue, Chikungunya e Zika da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO), Murilo do Carmo.

Os aumentos expressivos são explicados por inúmeros motivos. “Goiás recebeu um volume expressivo de chuva e, evidentemente, quanto mais água, mais criadouros do mosquito. Outro fator é que, dos quatro tipos de vírus da dengue, dois circulam em Goiás atualmente – os tipos 1 e 2. Outro problema é a baixa adesão da sociedade, que lidou por dois anos com a Covid-19 e vem deixando muito a desejar no cuidado para evitar criadouros”, afirma Murilo.

No caso da piora de cenário da Chikungunya, o coordenador da SES-GO atribui o aumento de casos não só à proliferação do mosquito, mas também pela chamada vulnerabilidade imunológica. Menos pessoas tiveram contato com esse vírus do que com o da dengue, ficando assim mais vulnerável à doença. O mosquito pode carregar os dois vírus – da dengue e da chikungunya – e inclusive transmitir as duas doenças, dependendo da sua carga viral, segundo Do Carmo.

Nos últimos dois anos, Goiás não registrou casos de grávidas com o zika vírus, também transmitido pelo Aedes. Neste ano, no entanto, dois estão confirmados e são monitorados. A SES-GO não foi notificada quanto a casos de microcefalia, até o momento.

A SES-GO informou que adquiriu 20 novas bombas para aplicação do “fumacê”, que são disponibilizadas para municípios. Além disso, afirmou distribuir inseticidas e manter compra de medicamentos usados no tratamento da doença.

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