Última atualização 10/04/2022 | 13:32
Até este início do mês de abril, Goiás tem registrados 87 mil casos de dengue. No mesmo período do ano passado, foram 22 mil, um aumento de quase 300%. Outra doença provocada pelo mosquito Aedes aegypti, a chikungunya, também vem causando preocupação. Em todo o ano de 2021, foram 528 casos. Em 2022, até agora, já são 1,1 mil. Os dados são da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO).
As mortes provocadas pela dengue também vêm aumentando. Hoje, são 79 suspeitas, aguardando investigação, e 11 confirmadas. Ano passado, no mesmo período, foram cinco.
“A quantidade de óbitos notificados tem nos preocupado muito. Dengue é uma doença dinâmica: hoje, posso estar com sintomas leves e, amanhã, estar internado na UTI. Então, em caso de vômitos persistentes, dor abdominal intensa ou sangramentos, por exemplo, é preciso procurar uma unidade de saúde imediatamente”, afirma o coordenador de Dengue, Chikungunya e Zika da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO), Murilo do Carmo.
Os aumentos expressivos são explicados por inúmeros motivos. “Goiás recebeu um volume expressivo de chuva e, evidentemente, quanto mais água, mais criadouros do mosquito. Outro fator é que, dos quatro tipos de vírus da dengue, dois circulam em Goiás atualmente – os tipos 1 e 2. Outro problema é a baixa adesão da sociedade, que lidou por dois anos com a Covid-19 e vem deixando muito a desejar no cuidado para evitar criadouros”, afirma Murilo.
No caso da piora de cenário da Chikungunya, o coordenador da SES-GO atribui o aumento de casos não só à proliferação do mosquito, mas também pela chamada vulnerabilidade imunológica. Menos pessoas tiveram contato com esse vírus do que com o da dengue, ficando assim mais vulnerável à doença. O mosquito pode carregar os dois vírus – da dengue e da chikungunya – e inclusive transmitir as duas doenças, dependendo da sua carga viral, segundo Do Carmo.
Nos últimos dois anos, Goiás não registrou casos de grávidas com o zika vírus, também transmitido pelo Aedes. Neste ano, no entanto, dois estão confirmados e são monitorados. A SES-GO não foi notificada quanto a casos de microcefalia, até o momento.
A SES-GO informou que adquiriu 20 novas bombas para aplicação do “fumacê”, que são disponibilizadas para municípios. Além disso, afirmou distribuir inseticidas e manter compra de medicamentos usados no tratamento da doença.