Press "Enter" to skip to content

Apesar de pressão do setor empresarial, Bolsonaro nega retorno de horário de verão

Última atualização 11/09/2022 | 16:18

O polêmico horário de verão não voltará nunca mais, pelo menos não no governo Bolsonaro. O presidente declarou não haver possibilidade de retomada do adiantamento dos relógios em uma hora. Foi uma resposta aos setores empresariais de bebidas, alimentação e turismo, que argumentam perdas econômicas. A prática foi cancelada há pouco mais de três anos, em abril de 2019.

“Horário de verão nunca mais. É bom para todo mundo. A sociedade já se adaptou a esse fim do horário de verão que mexia e atrapalhava a vida da maioria da população brasileira. É uma ação simples, um decreto nosso. Mas de grande repercussão até para a produtividade do trabalhador brasileiro”, disse.

A proposta começou a ser reavaliada pelo Ministério das Minas e Energia (MME) e Operador Nacional do Sistema (ONS), mas, mesmo aprovado não seria possível ser aplicada ainda neste ano. A vigência ocorria tradicionalmente entre outubro e fevereiro.

Uma reunião entre técnicos chegou a ser realizada no mês passado “tendo em vista o deslocamento da demanda máxima (que, atualmente, ocorre no meio da tarde) decorrente da crescente participação da geração solar distribuída”.

O retorno da medida reduziria a possibilidade de apagões e poderia conter o aumento do preço de energia, embora não reduza o custo da geração. O deslocamento de horário de consumo seria importante para manter o nível de produção energética sem acionar outras fontes, em geral mais poluentes e mais caras, e evitar colapso energético. Assim, não seria necessário acionar bandeira vermelha com sub taxação aos consumidores domésticos e industriais. 

Durante a cerimônia de assinatura do decreto que extinguiu o horário de verão, o candidato à reeleição afirmou que não havia economia de energia porque o pico não ocorre mais à noite, mas à tarde, e alterava o “relógio biológico” dos brasileiros, o que compromete a produtividade do trabalhador.

Ele argumentou ainda que uma pesquisa feita pelo governo apontou que mais de 70% da população não gostava da mudança de horário em vigor por quatro meses consecutivos. O horário de verão também é adotado na Europa entre março e outubro.