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Apesar da redução de casos, varíola dos macacos ainda exige cuidados 

Última atualização 30/11/2022 | 08:10

A varíola dos macacos parece uma preocupação ultrapassada, mas ainda vem sendo diagnosticada pelos médicos. Os casos estão em queda, porém a atenção e cuidados devem ser mantidos. Foram 13 casos confirmados em um mês, entre 28 de outubro e 28 de novembro, de acordo com o boletim epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO). 

O Brasil é o segundo país do mundo em quantidade de casos de varíola dos macacos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Somente entre 07 e 10 d novembro, a plataforma OurWorldinData.org registrou 117% de aumento de pessoas infectadas. Até ontem, segunda-feira, 28, foram registrados 550 casos confirmados de monkeypox. Desse total, 530 são do sexo masculino, 20 do sexo feminino e 5 crianças. Cinco casos estão ativos.

Embora alguns cuidados sejam os mesmos para covid, como evitar contato próximo entre as pessoas, a contaminação ocorre exclusivamente a partir da bolha ou lesão característica da doença. O infectologista Marcelo Daher ressalta que a velocidade de transmissão foi reduzida, mas as autoridades competentes devem se atentar à implementação da vacina na rede pública de saúde.

“Neste mês, eu atendi pacientes que foram diagnosticados com a monkeypox. A doença não acabou.  Por ser transmitida por meio de contato direto, isso explica o porquê homens que fazem sexo com homens são os mais infectados e terem maior risco para a infecção, apesar de não ser restrita a esse grupo. As vacinas que foram prometidas para o SUS ainda não chegaram”, afirma.

Segundo ele, o perfil de maior promiscuidade e frequência sexual está entre as hipóteses de  público masculino ser o maior nas estatísticas de monkeypox em todo o mundo. Uma criança de 9 anos foi  a primeira nessa faixa etária a ser diagnosticada com a doença em agosto deste ano. Oficialmente, o Ministério da Saúde ainda não se manifestou sobre o assunto.

O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia em Goiás, Hélio Ranes, disse, em entrevista do Diário do Estado em outubro deste ano, que a maior parte dos pacientes apresenta sintomas leves. “Felizmente, os casos graves não são comuns”, diz. O tratamento consiste em medicação para dor e febre ou internação, quando há muitas lesões na pele e a pessoa está muito debilitada. 

A principal forma de proteção é evitar contato direto com pessoas contaminadas pelo contato pele/pele, pessoal, ou obviamente através do contato com objetos pessoais de um paciente que está infectado com a varíola dos macacos. A doença é causada por um vírus que causa sintomas com duração entre duas e quatro semanas. 

O isolamento é necessário em todos os casos devido ao risco de transmissão do vírus. O tempo médio sem contato social  varia de 14 a 21 dias, considerado o período entre aparecimento de infecções na pele, formação e eliminação das “casquinhas” sobre as feridas.

Segundo o presidente da SBI, um teste simples usando o mesmo Swab que colhe material biológico para diagnóstico de covid serve para conseguir amostra da secreção liberada pela ferida na pele e ser analisada em laboratório. 

Por que “varíola dos macacos”?

A doença foi diagnosticada e identificada pela primeira vez no século passado, na década de 60, que não tem nada a ver com macacos. Na verdade, ela foi identificada em macacos e, por isso, ficou conhecida no mundo científico como “varíola dos macacos”. 

Já houve surtos curtos de varíola dos macacos em alguns países, como, por exemplo, nos Estados Unidos. Atualmente ocorre o primeiro grande surto em países não endêmicos, ou seja, países que não são da África Central e da África Ocidental, com circulação sustentada do vírus que causa a varíola dos macacos.