Apesar de seca intensa, abastecimento de água de Goiânia ainda não está em alerta

Apesar de seca intensa, abastecimento de água de Goiânia ainda não está em alerta

Apesar de dois meses sem chuva  e seca intensa no alto do rio Meia Ponte, a bacia que fornece água para a capital está mais abastecida do que no ano passado. Na tarde desta terça-feira, 12, no monitoramento indicado pelo painel de Segurança Hídrica do governo de Goiás a vazão era 9,2 mil litros por segundo, enquanto há exatamente um ano o indicador era de 6,7 mil litros por segundo.

O número positivo, no entanto, acende o alerta para medidas contra desperdício. É que a Região Metropolitana de Goiânia já está no nível de criticidade de fornecimento de água, considerada a partir de 12 mil litros de água por segundo. O gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo) explica que a tendência de enfrentar a estiagem com menor ou nenhum risco de desabastecimento é resultado de ações conjuntas realizadas desde 2019.

 

“De qualquer forma, não podemos gastar água à vontade até porque estamos migrando do nível de atenção para alerta, quando a vazão fica abaixo dos 9 mil litros por segundo. A população deve se atentar ao uso racional da água. Se houver desperdício, todos teremos problemas”, afirma Amorim.

Seca intensa

Ele afirma que a seca está mais intensa, porém a queda acentuada e gradativa da umidade do ar é normal para o período, especialmente de agosto em diante. A situação começa a mudar no final de setembro com a chegada dos primeiros chuviscos que se tornarão mais intensos na segunda quinzena de outubro. Por enquanto, o risco de desabastecimento é descartado, mas a Saneago já avalia a captação de água em outras fontes, como no ribeirão Dourado e em uma bacia em Caldazinha.

A explicação para a intensidade da secura no estado envolve aspectos climáticos já esperados e as mudanças ocasionadas pelo aquecimento global. Segundo o professor do Instituto de Estudos Sócio Ambientais (IESA) da Universidade Federal de Goiás (UFG), João Batista de Deus, o desmatamento da Amazônia impacta diretamente a frequência de chuvas em solo. 

Menos árvores na floresta representam menos umidade em direção ao estado que, aliada à pouco vapor d’água vindo do mar e esbarrando na barreira natural da cordilheira dos Andes, tornam a estiagem mais rigorosa. João destaca as alterações espaciais e demográficas como pressões aos sistema de abastecimento.

“A tendência é estiagem mais intensa ao longo do tempo. Temos a questão do adensamento da população na região metropolitana de Goiânia e no entorno do Distrito Federal e aumento de atividades comerciais de empresas e indústrias demandando mais oferta de água. Essa combinação vai levar no futuro a crises mais profundas. A bacia de Caldazinha seria a solução a longo prazo como reservatório, mas não é algo simples por envolver governos municipais, estadual e federal”, frisa.

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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