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Apesar de tímido, comércio reage em 2022; veículos ficam na lanterna 

Última atualização 27/01/2023 | 14:46

O brasileiro sentiu levemente a reação da economia em 2022. O crescimento morno foi liderado pelo comércio, apesar do cenário desfavorável dentro e fora do Brasil. A retomada da normalidade na rotina das famílias após dois anos de pandemia é uma das explicações. As vendas do varejo físico brasileiro fecharam no ano passado, o que representa uma alta de 0,9%, segundo o Indicador de Atividade do Comércio da Serasa Experian

 

“A evolução expansiva da inflação e da taxa Selic ao decorrer do ano impactou quase todos os segmentos do varejo, bem como o poder de compra dos consumidores. Isso acarretou a diminuição do fluxo de caixa das empresas e, dessa forma, os lucros finais dos empreendedores”, afirma o  economista da Serasa Experian, Luiz Rabi.

 

Para os segmentos de móveis, eletrodomésticos, eletroeletrônicos e informática (3,7%), Tecidos, Vestuários, Calçados e Acessórios (11%) os resultados foram bons. Por outro lado, veículos Motos e Peças(-1,8%), combustíveis e lubrificantes (-1,4%), materiais de construção (-1,2%), supermercados, hipermercados, alimentos e bebidas (-0,8%) tiveram queda. Eles são justamente aqueles que ficaram mais caros.

 

“Tivemos aumento da taxa de juros no ano passado. Isso esfriou o comércio de veículos como um todo. Além do reflexo em alguns modelos, houve aumento de preços, em geral. A taxa de juros é o principal indicador para  avaliar o crescimento do setor de veículos. Se é elevado, o dinheiro fica mais caro, o financiamento fica mais caro e esfria a indústria de  veículo”, explica o economista Luiz Carlos Ongaratto.

 

De acordo com o especialista, as demais áreas foram impulsionadas pela retomada econômica. O terceiro ano seguido de pandemia foi marcado pelo consumo de itens que tinham sido excluídos da lista de prioridades das famílias, como calçados e vestuário. O retorno às atividades desencadeou procura por serviços, eventos e eletroeletrônicos nos patamares de pré-pandemia. Ongaratto lembra que a injeção de recursos de transferência de renda ajudaram a aquecer a economia em todo esse período.

 

“É mais dinheiro na economia e tem efeito positivo, principalmente nas cidades que têm percentual maior de pessoas atendidas e dinâmica econômica mais prejudicada. É uma estratégia interessante para uma retomada de consumo, de crescimento. Em 2022 houve crescimento  por causa desse tipo de programa.  Se observarmos o efeito do auxílio emergencial de apoio durante a pandemia, nós notamos uma queda menor na economia por isso. Eles fomenta muito o consumo geral”, pontua o economista.

 

Variação mensal

 

A comparação mensal, entre dezembro e novembro de 2022, revelou que as vendas do varejo físico cresceram 1,0%. Nessa visão mês a mês, o setor de Materiais de Construção teve a alta mais expressiva, de 2,4%, seguido pelo de Móveis, Eletrodomésticos, Eletroeletrônicos e Informática, com 2,1%. A abaixa mais acentuada ficou para a área de Combustíveis e Lubrificantes, que caiu 1,1%. Para conferir mais informações e a série histórica do indicador, clique aqui.