Aplicativo vai pagar R$ 0,17 extras, por km rodado, a motoristas de Goiás

Aplicativo vai pagar R$ 0,17 extras, por km rodado, a motoristas de Goiás

Em reunião com representantes dos motoristas de aplicativo, nesta terça-feira (22), a empresa 99 Pop definiu uma taxa extra que começa a ser paga aos motoristas e entregadores nesta quarta-feira (23). O valor será sobre o quilômetro rodado e varia de estado para estado. Em Goiás, serão R$ 0,17 a mais. Segundo informou a plataforma, o pagamento extra não será repassado aos passageiros.

Rodrigo Vaz, vice-presidente da Associação de Motoristas de Aplicativos de Goiás (Amago), representou motoristas goianos na reunião online. Segundo ele, a 99 não definiu até quando será paga a taxa extra, que ajuda, mas não resolve o problema totalmente. “Para a pessoa que dirige 300 km em um dia, é muita coisa, já dá para ajudar. O problema é que os motoristas não rodam apenas nesta empresa, têm outras, então não impacta muito no fim das contas. Não resolve totalmente, mas ajuda”, afirma o vice-presidente da Amago.

A 99 disse que irá custear o valor extra, para não repassar aos passageiros. Reinaldo Silva, que trabalha com aplicativos há três anos, ainda não viu o reajuste na prática.

“Hoje, comecei a trabalhar às 7h30 da manhã e, até agora, não vi diferença nenhuma. No papel, é uma coisa, mas na prática é outra. A empresa cobra uma taxa de 25% a 40% em cada corrida. Não adianta pagar R$ 0,17 por km, se vão continuar cobrando as mesmas taxas. Não vai mudar nada”, afirma.

Entrega de comida

A taxa de R$ 0,17 será recebida também pelos entregadores de delivery. Segundo Miguel Veloso, representante dos profissionais por aplicativos de Goiás, a 99 desenvolveu um mecanismo para reajustar o pagamento extra de acordo com a variação de preços. “Segundo a própria empresa, estes reajustes serão automáticos. A partir do aumento do combustível, automaticamente, também terá o reajuste na carteira do motorista, no app”, explica Veloso. “Chegou como uma boa notícia. Ainda tem muito a melhorar, mas já é um passo inicial muito grande e a gente espera que outras empresas também sigam o exemplo”, complementa.

A 99 já havia anunciado que aumentaria 5% no ganho dos motoristas, por cada quilômetro, nas corridas. No entanto, motoristas relatam que o reajuste parece não ter acontecido na prática. Na mesma semana, a Uber anunciou que as corridas ficariam 6,5% mais caras. “A Uber divulga que está desembolsando bilhões para apoiar os motoristas parceiros, mas na verdade, o aumento foi repassado para os passageiros. São eles quem estão pagando”, afirma o vice-presidente da Amago.

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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