Apoiadores de Bolsonaro protestam em Uberlândia e pedem anistia para condenados pelos atos de 8 de janeiro
Na manhã deste domingo (7), um ato organizado por movimentos de direita tomou conta da Praça Clarimundo Carneiro, no Centro de Uberlândia. Os organizadores afirmaram que o protesto tinha como objetivo se posicionar contra o que consideram uma perseguição política. Os manifestantes clamaram por anistia para os condenados pelos eventos do dia 8 de janeiro e exibiram cartazes com críticas ao presidente Lula e ao ministro do STF, Alexandre de Moraes.
A concentração teve início por volta das 10h e contou com a presença de vereadores locais e do vice-prefeito de Uberlândia, Vanderlei Pelizer (PL). O evento foi convocado pelo Partido Liberal em Minas Gerais e faz parte de uma mobilização nacional, com manifestações previstas em diversas cidades do país neste feriado da Independência do Brasil. Além de Uberlândia, Belo Horizonte e Juiz de Fora também sediaram protestos.
O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou o julgamento de Bolsonaro e outros sete réus na última terça-feira (2) pela tentativa de golpe de Estado após a eleição de 2022. A expectativa é que o julgamento seja concluído até a próxima sexta (12). Bolsonaro está em prisão domiciliar por descumprir medidas restritivas anteriores e, se condenado, pode receber uma sentença de até 43 anos. Além disso, ele está inelegível por ter sido condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político.
No âmbito político, a discussão sobre a possibilidade de uma anistia para condenados por crimes contra a democracia avançou na Câmara dos Deputados, sob pressão dos aliados de Bolsonaro. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), ainda não colocou em votação nenhum projeto com essa finalidade, mas o PL, partido de Bolsonaro, é favorável à anistia, contando com o apoio do Centrão.
Diversos aspectos da anistia estão sendo debatidos, como seu alcance, que poderia se limitar aos condenados pelos ataques de janeiro de 2023 ou incluir também o ex-presidente e seus aliados em julgamento no STF. Enquanto aliados de Bolsonaro defendem uma anistia geral, o Senado discute uma proposta alternativa que exclui o ex-presidente e reduz as penas dos condenados, sem anular as condenações. O governo se opõe à proposta de anistia e o presidente Lula pediu mobilização social para impedir sua aprovação.
Os apoiadores de Bolsonaro continuam se manifestando, como ocorreu em Uberlândia durante o ato de 7 de setembro. A mobilização política e social promete continuar intensa, com debates acalorados e posicionamentos divergentes sobre os rumos do país. O Diário do Estado (anteriormente conhecido como G1 Triângulo) continuará acompanhando de perto todos os desdobramentos desse cenário.