Após 33 dias de combate ininterrupto, revezamento de equipes especializadas e monitoramento contínuo, o Corpo de Bombeiro Militar do Estado de Goiás anuncia que conseguiu controlar e declarar extinto o incêndio que atingia as regiões de Nova Roma e Monte Alegre de Goiás.

O fogo, considerado até então o maior incêndio florestal ativo do país, iniciou-se em quatro focos distintos, espalhando-se rapidamente por vegetação, relevo acidentado e áreas de difícil acesso.

Ação foi em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), o ICMBio, o Prevfogo/Ibama e a Brigada Aliança.

Goiás conta com uma equipe de bombeiros especializados em combate a incêndios florestais, altamente capacitada, com condições de atuação de até 17 dias consecutivos em campo. As equipes, reconhecidas pela competência e preparo, redobraram os esforços na ocorrência, tratada como prioridade máxima durante os meses de agosto e setembro, período mais crítico da temporada de incêndios florestais.

Desde o primeiro acionamento, no início do evento, pelo menos 50 bombeiros estiveram mobilizados na ocorrência, atuando em turnos, com apoio de brigadas, do ICMBio, do Prevfogo/Ibama e de todos os meios disponíveis pelo CBMGO.

Incêndio florestal

Os trabalhos incluíram combate direto e indireto, utilização de aeronaves para sobrevoo e monitoramento, drones para identificação de pontos críticos e vigilância aérea, além do apoio especializado de brigadas parceiras.

O êxito da operação também só foi possível graças ao apoio das comunidades locais e das prefeituras dos municípios atingidos, que se mobilizaram durante os trabalhos para fornecer suporte logístico, alimentação, hidratação e informações importantes sobre o terreno. A união de esforços entre a população, o poder público municipal e as equipes de combate foi essencial para o controle e a extinção do incêndio.

Um dos pontos críticos ocorreu nas proximidades das rodovias GO-241 e GO-112, onde as equipes realizaram combates intensos e conseguiram evitar que o fogo ultrapassasse as vias, o que teria ampliado ainda mais a área atingida e colocado novas comunidades em risco.

As maiores dificuldades enfrentadas:

• Relevo extremamente complexo, com paredões de pedras, precipícios e acessos quase intransponíveis;
• Localidades sem estrada, com risco para a integridade das equipes;
• Condições variáveis de clima e vento, exigindo adaptação constante das táticas de combate e das rotas de fuga;
• Necessidade de manter vigilância noturna e trabalho em horários de risco elevado.

Além disso, o incêndio colocava em risco direto a Estação Ecológica de Nova Roma, uma das prioridades definidas no plano de atuação da OCV 2025 — o que reforça a importância da mobilização rápida e coordenada das forças envolvidas.

 Comparativos para dimensão da área atingida

• A área total queimada atingiu 84.050 hectares, o que equivale a aproximadamente 84 mil campos de futebol oficiais.
• Em termos de extensão territorial, esse tamanho corresponde a cerca de 840 km², equivalente a cidades brasileiras de médio a grande porte, como Campinas/SP (795 km²), João Pessoa/PB (802 km²) ou Florianópolis/SC (675 km²).

“O resultado alcançado é fruto de um trabalho integrado e de um grande esforço coletivo. Foram dias de dedicação, superando dificuldades de relevo e clima, utilizando todos os recursos disponíveis para proteger a população, o meio ambiente e as áreas de conservação. Essa vitória é do povo goiano e de todos que acreditam na força da Operação Cerrado Vivo”, destacou o tenente Costa Silva, comandante do incidente.

Alerta à população

O Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás reforça a mensagem de não utilizar fogo em nenhuma circunstância durante este período crítico de estiagem. O uso irresponsável do fogo pode causar perdas ambientais irreparáveis, destruição de propriedades, riscos à saúde e até à vida das pessoas.

População deve redobrar os cuidados:

• Não faça queimadas para limpeza de pasto ou lixo;
• Se identificar alguém colocando fogo em áreas urbanas ou rurais, registre imagens (filmagens/fotos) e acionar imediatamente a Polícia Militar ou a Polícia Civil para responsabilização;
• Atitudes simples de prevenção podem salvar vidas e preservar o meio ambiente.