Após anulação das condenações de Lula, Bovespa cai 2,5% e dólar vai a R$ 5,78
Nesta segunda-feira, 08, a anulação, feita pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), das condenações do ex-presidente Lulanos processos relacionados à Lava-Jato no Paraná, contribuiu para a queda da Bovespa. O dólar, que já estava alto, chegou a R$ 5,78, enquanto a Bolsa brasileira (B3) caiu 2,5%, aos 112 mil pontos.
Com a anulação, Lula ficaria elegível para a eleição presidencial de 2022. A decisão de Fachin ainda será avaliada pelo plenário do STF. Neste fim de semana, a imprensa divulgou levantamento da Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) no qual Lula teria mais potencial de voto do que Bolsonaro.
“Com Lula elegível, cresce ainda mais a chance deste governo ir totalmente para o populismo”, afirmou o sócio-gestor na Armor Capital, Alfredo Menezes.
Nas últimas semanas, o receio de investidores é que o governo se oriente por um caminho populista, após série de eventos em que, o mercado aponta, o presidente Jair Bolsonaro agiu sem seguir os princípios de uma política econômica liberal.
Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”
Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento.
“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.
Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.
Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.
O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.
Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.