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Governo federal leiloa Ferrovia Norte-Sul e arrecada R$ 2,719 bi

Última atualização 29/03/2019 | 12:16

Uma revolução no processo produtivo com custos logísticos do transporte de carga reduzidos no Estado. Foi assim que o governador Ronaldo Caiado avaliou o futuro de Goiás após o leilão do trecho da Ferrovia Norte-Sul que passa pelo Estado, realizado na tarde desta quinta-feira (28/03) na Bolsa de Valores de São Paulo. A concessionária Rumo S.A, empresa do Grupo Cosan, foi a vencedora com a oferta de R$ 2,719 bilhões pelo trecho de 1.537 quilômetros, que vai de Estrela d’Oeste, em São Paulo, a Porto Nacional, no Tocantins.

“Essa ferrovia talvez terá que ser ampliada em um curto espaço de tempo devido a necessidade do setor. Há uma situação hoje dentro do Tocantins, no Norte de Goiás e no Vale do Araguaia, que vai acontecer uma verdadeira revolução com esse leilão de hoje”, comemorou o governador.

Caiado, que enquanto senador conseguiu aprovar medida provisória para incluir Goiás no trajeto da ferrovia, ressaltou que o projeto ficou 33 anos no papel e que, agora, o funcionamento do trecho trará mais perspectiva para os goianos e os investidores internacionais. “Isso vai sinalizar ao mundo todo, grande consumidor dos nossos produtos agropecuários, a capacidade de ampliarmos a nossa produtividade. Ao mesmo tempo, teremos melhores ofertas e condições para os produtores rurais do Centro-Oeste.”

O valor do lance vencedor foi quase o dobro do lance inicial estipulado para o leilão, que era de R$ 1,353 bilhão. O prazo da concessão é de 30 anos e a empresa ganhadora terá de fazer R$ 2,8 bilhões em investimentos.

“O resultado foi sensacional”, frisou o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, que destacou o trabalho conjunto do Executivo e Ministério Público.  “O acordo que foi feito em que diretrizes serão discutidas, o esforço de construção coletiva, é uma demonstração de credibilidade, de confiança”, destacou o ministro.

Representante da empresa Rumo S.A., Júlio Fontana Neto afirmou que o negócio vai mudar o ritmo de crescimento do Estado e que pretende colocar a ferrovia em funcionamento antes do prazo estipulado pelo edital, que é de dois anos. “Temos que cumprir o cronograma do edital, em dois anos com a ferrovia rodando, e esperamos fazer isso o mais rapidamente possível, para gerar caixa o mais rapidamente possível também”, ressaltou.

Como senador, Caiado já articulava a Ferrovia Norte-Sul

No Senado, Ronaldo Caiado articulou uma emenda no texto da Medida Provisória (MP) 752 que tratou da renovação do contrato de concessão do trecho da Ferrovia Norte-Sul ligando o Porto de Itaqui, no Maranhão, ao Porto de Santos, em São Paulo.  A mudança no texto da matéria proposta pelo então senador garantiu a passagem da Ferrovia Norte Sul por Goiás, no trecho que liga São Paulo ao Maranhão, dando aos industriais e produtores rurais goianos a certeza de que suas mercadorias vão chegar aos portos, com logística diferenciada, e tempo e preços reduzidos. “Queriam criar uma lei que não garantia o direito de passagem por Goiás, que ficava na mão de uma empresa que tem acesso ao porto de Santos, São Paulo, ou ao de Itaqui, Maranhã, mais um monopólio para essas duas estruturas. Nós garantimos o direito de passagem da Ferrovia Norte-Sul”, lembrou o governador.

Ferrovia Norte-Sul

A construção da Ferrovia Norte-Sul teve início em 1987, com objetivo de cortar os estados do Maranhão, Tocantins e Goiás e ser a espinha dorsal do transporte ferroviário brasileiro. Inicialmente era prevista extensão de aproximadamente 1.550 quilômetros, de Açailândia, no Maranhão, a Anápolis, região metropolitana de Goiânia.

Em 2006, foi aprovado um projeto de ampliação da ferrovia, que incorporou um trecho mais ao Norte, sendo agora de Açailândia até Barcarena, no Pará. Dois anos depois, a Lei nº 1.772 estendeu mais uma vez o traçado da ferrovia até a cidade paulista de Panorama.

​O leilão da ferrovia foi anunciado no fim do governo de Michel Temer. Atualmente, o trecho entre Açailândia e Anápolis está pronto para uso. Já o trecho entre Ouro Verde, em Goiás, e Estrela d’Oeste, de 682 quilômetros, está com as obras em andamento.​