Após banir bancos russos, Mastercard e Visa suspendem operações no país

Depois de banir bancos russos e outras instituições financeiras do país de suas redes na última semana, Visa e MasterCard anunciaram neste sábado a suspensão das operações das suas redes na Rússia.

Em comunicado assinado pelo CEO da empresa, Michael Miebach, a Mastercard lembrou que opera na Rússia há mais de 25 anos e que vai continuar trabalhando com reguladores para fazer ajustes. Já a Visa diz que trabalhará com seus clientes e parceiros na Rússia para encerrar todas as transações nos próximos dias.

“Depois de concluídas, todas as transações iniciadas com cartões Visa emitidos na Rússia não funcionarão mais fora do país e quaisquer cartões Visa emitidos por instituições financeiras fora da Rússia não funcionarão mais dentro da Federação Russa, informou a Visa, em comunicado à imprensa.

“Não tomamos esta decisão de ânimo leve. Quando for apropriado, e se for permitido por lei, usaremos sua paixão e criatividade para trabalhar para restaurar as operações”, afirmou também a Mastercard, que tem cerca de 200 colaboradores no país russo. “Conforme tomarmos essas medidas, continuaremos a nos concentrar em sua segurança e bem-estar, incluindo continuar a fornecer pagamento e benefícios”.

Segundo a Mastercard, com o bloqueio, os cartões emitidos por bancos russos deixarão de ser suportados pela rede. E, qualquer Mastercard emitido fora do país não funcionará em comerciantes ou caixas eletrônicos russos. “Enquanto isso, nossas equipes em toda a região e em todo o mundo continuarão a capacitar e avançar nossos negócios globais, apoiando nossos clientes em outras geografias onde atualmente fazemos negócios”, informou.

A empresa se comprometeu a permanecer vigilante para garantir a segurança do ecossistema global de pagamentos e da rede. “Nossas equipes de cibernética e inteligência continuarão trabalhando com governos e parceiros em todo o mundo para garantir que a estabilidade, integridade e resiliência de nossos sistemas continuem a orientar nossas operações e resposta a possíveis ataques cibernéticos”, assegurou.

“Somos compelidos a agir após a invasão não provocada da Ucrânia pela Rússia e os eventos inaceitáveis que testemunhamos”, disse Al Kelly, presidente e CEO da Visa Inc. “Lamentamos o impacto que isso terá em nossos valiosos colegas e nos clientes, parceiros, comerciantes e portadores de cartões que atendemos na Rússia. Esta guerra e a ameaça contínua à paz e à estabilidade exigem que respondamos de acordo com nossos valores.”

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Avião da Embraer pode ter sido abatido por sistema de defesa russo, indicam fontes

O acidente com o avião da Azerbaijan Airlines que deixou 38 mortos na última quarta-feira pode ter sido causado por um sistema de defesa aérea russo, segundo informações obtidas pela agência Reuters. A suspeita foi inicialmente levantada por Andriy Kovalenko, membro da segurança nacional ucraniana, que mencionou imagens mostrando coletes salva-vidas perfurados. Especialistas em aviação e militares corroboraram a análise, e até mesmo a mídia russa considerou a possibilidade de a aeronave ter sido confundida com um drone ucraniano.

Enquanto isso, as autoridades russas e do Cazaquistão pedem cautela. Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, declarou que especulações sobre as causas são prematuras, e o presidente do Senado do Cazaquistão, Mäulen Äşimbaev, reforçou que a investigação está em andamento, garantindo transparência nos resultados.

O avião, que partiu de Baku, capital do Azerbaijão, com destino a Grozny, na Rússia, desviou significativamente de sua rota antes de cair no Cazaquistão. A companhia aérea inicialmente sugeriu que o acidente poderia ter sido causado por colisão com aves, mas especialistas descartaram essa hipótese. Serik Mukhtybayev, especialista cazaque, e o brasileiro Lito Sousa destacaram que os danos nos destroços apontam para uma causa externa, possivelmente relacionada a um ataque.

Relatos e análises reforçam a teoria de que o avião foi atingido por um míssil. Um piloto militar francês, sob anonimato, afirmou que os danos na cauda são consistentes com explosões de estilhaços. O blogueiro russo Yuri Podolyaka também mencionou sinais típicos de sistemas antiaéreos.

Dados do site Flightradar24 mostram que o avião enfrentou interferências de GPS antes do acidente, algo já atribuído à Rússia em ocasiões anteriores. A Chechênia, destino final do voo, havia sido alvo de ataques com drones no mesmo período, segundo informações locais.

O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, evitou especular, atribuindo o desvio de rota ao mau tempo. A caixa-preta do avião foi recuperada e será analisada para determinar a causa do acidente. Das 67 pessoas a bordo, 29 sobreviveram, sendo que 11 permanecem em estado grave.

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