A incidência de casos de dengue na capital foi altíssima em 2022, mas a situação parece estar bem menos grave. Em dois meses, a quantidade de regiões com baixo risco para a doença saltou de três para quatro (Leste, Campinas centro, Norte e Sul), enquanto as demais estão na categoria de médio risco (Oeste, Sudoeste e Noroeste). Ao todo, há sete distritos sanitários em Goiás, que seriam o equivalente a áreas de cobertura de saúde.
De forma geral, a situação do município passou de alto para baixo risco. Em abril deste ano, todas as regiões do município apresentavam alto índice da doença, com maior parte de casos na Noroeste e Sudoeste. O número de pessoas com a infecção foi tão alto que especialistas classificaram o patamar como o de uma epidemia e a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) chegou a decretar estado de emergência na saúde pública.
O Índice de Infestação Predial, que mensura o percentual de casas onde foram encontradas larvas do mosquito transmissor, caiu para 0,3%, segundo o Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti. O boletim epidemiológico da SMS aponta que a capital registrou 27.672 casos de dengue neste ano, muito acima de 2021 (10.073) e de 2020 (10.028).
A alta ao longo deste ano está relacionada ao intenso período de chuvas desde janeiro, mas a melhoria do cenário epidemiológico está relacionada ao período de estiagem. O tempo seco dificulta a reprodução do inseto causador da dengue e a persistência de casos ocorre por transmissão comunitária. A Prefeitura de Goiânia orienta a população a adotar hábitos de limpeza e conservação nos imóveis, a exemplo de verificação de caixa d’água tampada, pôr areia em pratos de vasos com plantas, cobrir piscinas e limpar calhas.
O estado e a região Centro-Oeste teve o maior número de casos de dengue no Brasil neste ano. As mortes causadas pela doença já bateram recordes anteriores, chegando a 130% até agosto, com 106 óbitos confirmados, sendo 29 em Goiânia, e 160 investigadas. As vítimas apresentavam diferentes idades e condições, como bebês, grávidas e idosos. A estimativa é de que 80% da população goiana teve dengue sem saber, conforme informou a Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO).
A doença no Brasil apresenta ciclos endêmicos e epidêmicos, com epidemias explosivas ocorrendo a cada quatro ou cinco anos. Desde a introdução do vírus no país, em 1981, mais de sete milhões de casos já foram notificados. Nos últimos anos, os profissionais têm observado observado elevado número de casos, aumento da gravidade da doença e de hospitalizações, de acordo com informe da Fiocruz Minas.