Após delações da Odebrecht, força-tarefa da Lava Jato abre 12 inquéritos em SP

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal abriram 12 inquéritos, por meio da força-tarefa da Lava Jato de São Paulo, para apurar informações recebidas nas delações de executivos da construtora Odebrecht.

O pedido de abertura dos inquéritos foi feito no último dia 10 pelo Núcleo de Combate à Corrupção do MPF no estado. A maior parte dos inquéritos vai apurar se candidatos aos cargos de presidente da República, governador, prefeito, deputado federal e estadual receberam dinheiro de caixa dois da construtora.

Os delatores disseram que os pagamentos foram feitos, principalmente, nas eleições de 2010, 2012 e 2014. A Polícia Federal também vai investigar o pagamento de propina para funcionários de prefeituras e do governo do estado para favorecer a Odebrecht em concessões e em obras públicas.

Das 201 petições procedentes do Supremo Tribunal Federal (STF) para São Paulo decorrentes das delações de executivos da Odebrecht, 29 foram destinadas para a primeira instância da Justiça Federal – sendo que, em uma delas, o MPF informou que não era sua responsabilidade atuar.

Das 12 encaminhadas a procuradorias em municípios no interior do Estado, houve o pedido de abertura de inquérito para 7 delas. Duas outras petições ficaram a cargo individual de procuradores do MPF de São paulo e, 14, a cargo da força-tarefa da Lava Jato, criada pelo MPF recentemente para apurar em conjunto os casos.

As duas últimas petições ainda estão em análise e se referem ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Uma apura um suposto pagamento de uma espécie de “mesada” a José Ferreira da Silva (Frei Chico), irmão do ex-presidente, e outra para apurar suposto comprometimento de Lula com Emílio Odebrecht para reforçar as relações com a ex-presidente Dilma Roussef, gerando como contrapartida auxílio a Luís Claudio Lula da Silva no desenvolvimento de um campeonato brasileiro de futebol americano.

As informações são do Portal G1

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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