Após divulgar conversas com Bolsonaro, Kajuru afirma que não fala mais com presidente

Após divulgar conversas com Bolsonaro, Kajuru afirma que não fala mais com presidente

Após divulgar uma conversa telefônica com Jair Bolsonaro, o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) declarou que não quer mais contato com o presidente. A conversa era sobre ampliação do escopo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), objetivando que a gestão de prefeitos e governadores também fosse incluída entre os investigados.

Bolsonaro criticou a divulgação da conversa, ainda acrescentou que isso só poderia ocorrer com a autorização judicial.  O filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro, decidiu representar em desfavor de Kajuru no Conselho de Ética, devido a quebra de decoro parlamentar.

Em contrapartida, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) informou que conseguiu as assinaturas necessárias para a criação de uma CPI para investigar Estados e municípios. Pacheco ainda fará uma consulta à Secretaria-Geral da Mesa Diretora sobre a legalidade deste pedido, em razão do regimento interno do Senado que prevê que não serão permitidas comissões parlamentares de inquérito sobre fatos inerentes a Estados.

Sobre a repercussão da conversa, Kajuru disparou:

“Nunca mais falo com ele [Jair Bolsonaro]. Está rompida a relação. A relação que era boa, cordial e respeitosa, acabou. Eu não guardo rancor. Não serei contra o governo dele, porque ser contra ele é ser contra o Brasil. Mas a relação está rompida”.

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PF investiga general ligado ao governo Bolsonaro por imprimir plano para matar Moraes, Lula e Alckmin no Planalto

A Polícia Federal (PF) revelou que o general Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência e ex-ministro interino do governo Bolsonaro, teria impresso no Palácio do Planalto um “plano operacional” para assassinar o ministro Alexandre de Moraes, do STF, além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente Geraldo Alckmin. Denominado “Punhal Verde e Amarelo”, o plano de três páginas foi encontrado no gabinete da Secretaria-Geral. Fernandes foi preso na manhã desta terça-feira (19).

De acordo com a PF, o documento, salvo sob o título “Plj.docx” (referência à palavra “planejamento”), detalhava a execução do plano. Além disso, outros arquivos sensíveis, como “Fox_2017”, “Ranger_2014” e “BMW_2019”, foram localizados na pasta “ZZZZ_Em Andamento”, que a polícia interpretou como um indício de que as ações estavam em fase ativa. Curiosamente, os nomes dos arquivos remetiam a veículos pessoais do general, segundo o relatório policial.

A defesa de Mário Fernandes ainda não se pronunciou sobre o caso.

Operação e alvos

A operação desta terça-feira prendeu quatro militares e um policial federal, todos investigados por ligação com um suposto grupo denominado “Kids Pretos”, formado por integrantes das Forças Especiais. O grupo é acusado de planejar o assassinato de lideranças políticas após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.

Ao todo, a operação cumpriu cinco mandados de prisão preventiva, três mandados de busca e apreensão e determinou 15 medidas cautelares, incluindo a entrega de passaportes e a suspensão de funções públicas dos envolvidos. Entre os alvos estão Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo, além do policial federal Wladimir Matos Soares.

A investigação faz parte de um inquérito mais amplo que apura possíveis tentativas de golpe de Estado relacionadas à eleição de 2022.

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