Última atualização 23/02/2022 | 11:40
Após um soldado ser morto e seis ficarem feridos em um bombardeio feito por separatistas pró-Rússia, o governo da Ucrânia adotou uma série de medidas de proteção contra a guerra nesta quarta-feira (23), desde convocar reservistas, até pedir a cidadãos do país para deixarem a Rússia imediatamente. Em comunicado, as autoridades relataram que, no entanto, as medidas buscam somente manter a calma no país e proteger a economia.
Um Estado de Emergência Nacional de 30 dias também foi introduzido no país, podendo ser prorrogável por mais 30 dias, onde serão aplicadas restrições especiais, disse Oleksiy Danilov, principal autoridade do setor, após reunião do Conselho de Segurança. O Parlamento precisa ainda votar para aprovar a decisão.
”Dependendo das ameaças que possam surgir em determinados territórios, haverá um estado de emergência mais forte ou mais fraco. Estamos falando de áreas fronteiriças, onde temos fronteira com a Federação Russa, com a Bielorrússia” disse Danilov.
Danilov reiterou que a Ucrânia ainda não estava decretando uma mobilização geral, e nem tampouco impondo lei marcial. A lei marcial impõe restrições mais duras, que poderiam incluir proibições de reuniões, movimentos e partidos políticos. A medida já é pedida por alguns parlamentares.
Nesta terça (22), o Senado russo aprovou o envio de militares a duas regiões separatistas no Leste da Ucrânia, mas Putin disse que ainda não sabe quando e se vai enviá-los.
Saída de ucranianos da Rússia
Além do Estado de Emergência, o governo ucraniano ainda pediu para que seus cidadãos não visitem a Rússia, e alertou para que ucranianos deixem o país vizinho imediatamente. Em comunicado, o ministério das Relações Exteriores afirmou que ignorar essas recomendações ”complicará significativamente” a proteção adequada de ucranianos em território russo.
Países como Portugal, Brasil, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Noruega, Dinamarca, Bélgica, Países Baixos, Alemanha, Espanha, Israel, Austrália, Nova Zelândia, Japão, Iraque, Kuwait e Itália já pediram aos seus cidadãos que deixem a Ucrânia. Na terça-feira, Moscou pediu a seus diplomatas para deixarem o país vizinho.
Um decreto também foi feito pelo presidente Volodymyr Zelenskiy, direcionado às Forças Armadas da Ucrânia, que informaram o recrutamento de reservistas com idades entre 18 e 60 anos. O país já tem quase 200 mil deles, além de 250 mil militares na ativa nas Forças Armadas.
”Armas” e garantia de apoio da União Europeia também foram pedidas pelo presidente, que mencionou a possibilidade de romper relações diplomáticas com Moscou. Uma lei também é avaliada pelo Parlamento da Ucrânia para permitir o porte de arma de fogo por civis.