Após pedido cancelado, entregadores depredam casa de cliente na Bahia

O cancelamento de um pedido terminou em confusão em Feira de Santana, na Bahia. Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que o cliente teve sua casa depredada na tarde de quinta-feira, 27, por grupo de entregadores de aplicativos. O portão foi derrubado, as câmeras danificadas, a placa de vidro com a numeração da casa quebrada, além de pedras e lixo atingindo o telhado, o jardim e o veículo estacionado na garagem.

De acordo com vídeos compartilhados nas redes sociais pelos entregadores, o morador teria dado um “calote” contra a empresa do aplicativo. Entretanto, o cliente, identificado como Bruno Matias, nega as acusações e afirma que registrou um Boletim de Ocorrência na 2ª Delegacia de Polícia para que as medidas de segurança e reparação dos danos causados sejam tomadas.

Bruno relatou que solicitou o delivery de uma barca de sushi, no valor de R$49,99, pouco antes do meio-dia. Após muita espera, tentou fazer o cancelamento por volta das 13h15. Ele informou que o pagamento foi efetuado diretamente pelo aplicativo. Diante da demora, ele iniciou o processo de cancelamento do pedido, mas o entregador chegou ao mesmo tempo.

Bruno recebeu o pedido, mas como precisava sair para um compromisso, deixou o pedido em casa e saiu. Ao voltar, encontrou cerca de 30 motociclistas em frente à sua casa, que já haviam causado estragos e provocado tumulto. O cliente ressaltou que a situação foi intimidadora e que entrou em contato com a polícia imediatamente.

Enquanto aguardava a chegada das autoridades, recebeu ligações em seu celular, alegando serem vizinhos, mas posteriormente identificados como os entregadores envolvidos no incidente. Eles ameaçaram retornar se ele prestasse alguma queixa. O pai de Bruno afirmou que a família está abalada e pretende entrar com um processo contra os envolvidos.

 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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