Meu neto é tudo que tenho’, diz homem que perdeu mulher, filha e cunhada que comeram bolo envenenado
João Joaquim dos Anjos, de 70 anos, único a não comer o doce, foi quem buscou socorro aos familiares. Meses antes, aposentado havia perdido irmão, também envenenado por arsênio.
João Joaquim dos Anjos, 70 anos, único a não comer o doce, foi quem buscou socorro aos familiares — Foto: Reprodução/RBS TV
Deise Moura dos Anjos, suspeita de envenenar o bolo, causando a morte da esposa, filha e cunhada de João, além da morte do irmão do mesmo, foi encontrada morta dentro da Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba. A suspeita é de suicídio.
Após as tragédias envolvendo a morte de quatro familiares, a maior preocupação de João tem sido com o bem-estar do neto de 10 anos, que também comeu o bolo envenenado. O avô teme os efeitos do arsênio presente na sobremesa tóxica e também se preocupa com a saúde mental da criança no futuro.
João relata momentos de tristeza e força proporcionados pelo neto, inclusive quando o menino chorou pela saudade da mãe. Em meio às dificuldades, a presença e o amor da criança têm sido fundamentais para que João siga em frente.
O advogado de Deise, Cassyus Pontes, afirma que a suspeita negava as acusações de ter envenenado o bolo. Apesar do inquérito e das investigações, questões sem resposta permanecem, e o advogado destaca a complexidade do caso.
O bolo envenenado foi apenas uma das tragédias que assolaram a família de João. Além das mortes pela ingestão do doce, ele também havia perdido o irmão Paulo Luiz dos Anjos em um caso anterior envolvendo arsênio. A família, outrora unida e afetuosa, agora busca reconstruir-se diante das perdas e da tragédia.
Em meio a tantas perdas, João e seu genro, Vandelci Marques da Silva, se esforçam para reconstruir suas vidas e oferecer o melhor cuidado possível ao neto, único elo familiar que resta. Com coragem e determinação, eles enfrentam a dor e tentam manter viva a memória das entes queridas que se foram.