A Polícia Federal indiciou o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, por suspeita de fraude em competições esportivas. De acordo com o inquérito, o jogador teria forçado um cartão amarelo durante uma partida contra o Santos, em 1º de novembro de 2023, no estádio Mané Garrincha, como parte de um esquema que buscava beneficiar apostadores. A operação teria gerado um lucro estimado de R$ 11.364,43.
Segundo as investigações, foram realizadas 14 apostas por nove pessoas ligadas ao caso. Embora Bruno Henrique não tenha apostado diretamente, a PF afirma que ele participou do esquema. Os valores das apostas variaram entre R$ 350 e R$ 1.425, totalizando R$ 5.642,58 em investimentos. A estimativa de retorno foi de pouco mais de R$ 17 mil.
A Polícia Federal dividiu os investigados em dois grupos: o primeiro inclui familiares do jogador, como o irmão Wander Nunes, uma cunhada e uma prima. O segundo é composto por amigos, sem ligação direta com Bruno Henrique.
O caso ganhou atenção após um alerta de casas de apostas sobre o volume incomum de apostas no cartão amarelo do atleta. De acordo com um relatório da Associação Internacional de Integridade em Apostas (IBIA), plataformas como Betano, Galerabet e KTO notificaram a movimentação atípica. A chance de Bruno Henrique receber o cartão era estimada em apenas 15%, o que elevava a ODD – o fator de multiplicação do prêmio – para valores entre 2.85 e 3.10, considerados altos.
Com a suspeita, os valores apostados não foram pagos pelas casas de apostas. A investigação deu origem à operação “Spot Fixing”, deflagrada em novembro de 2024, e apontou que ao menos seis dos indiciados teriam tido acesso a informações privilegiadas. No entanto, o relatório da PF não esclarece se houve pagamento de comissões pelas informações repassadas.