Apreensão de drogas nas BRs goianas cresce quase 300% em 2022

Drogas nas rodovias federais

Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o volume de drogas apreendidas em rodovias federais que cortam Goiás aumentou 286%, entre janeiro e maio deste ano, em comparação com o mesmo período de 2021.

A maconha continua sendo a droga mais apreendida. Em 2022, foram mais de nove toneladas. Um aumento de 324% em relação ao ano passado, quando foram retiradas de circulação 2,7 toneladas, entre janeiro e maio.. Em segundo lugar vem a cocaína, com aumento de 191%. Em 2021, foram 1,1 tonelada, já em 2022 o número saltou para 1,3 tonelada.

Até mesmo drogas menos comuns tiveram aumento nos registros da PRF em 2022. Por exemplo, ano passado foram apreendidas quatro gramas de haxixe, até maio. Este ano, 808 gramas. Apreensões de anfetaminas e barbitúricos, mais conhecidos como rebites, aumentaram mais de 1.000%. Em 2021, foram 1,3 mil unidades. Em 2022, 14,6 mil.

Explicação para aumento das apreensões de drogas

Para a assessoria da PRF, três fatores explicam esse aumento significativo. A ação integrada entre as polícias, o uso de tecnologias nas operações e fiscalizações e, por fim, a própria localização de Goiás. Rodovias que ligam diversas regiões do país cortam o estado, como é o caso das BRs 158 e 060.

“Goiás tem as principais rodovias que servem como corredores para distribuição dessa droga para o país inteiro. Não só drogas, mas também outros tipos de contrabando, como o do agrotóxico”, afirma um integrante da PRF que pediu para não ser identificado, por conta dos riscos relacionados ao tráfico de drogas.

Segundo o entrevistado, as apreensões variam de pequenas quantidades escondidas por passageiros de ônibus, até grandes cargas transportadas em caminhões. “Geralmente, pessoas de baixo poder aquisitivo, que têm alguma dificuldade financeira e estão em dificuldade, acabam aceitando fazer este transporte por um valor irrisório”, explica.

 

 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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