No despacho em que foi determinada a abertura da investigação a partir da notícia-crime do delegado Alexandre Saraiva, a ministra Cármen Lúcia apontou para a omissão da Procuradoria Geral da República em relação às acusações contra Eduardo Bim, presidente do Ibama afastado.
“É de se anotar que, conquanto conste expressamente da notitia criminis fatos imputados a Eduardo Bin, quanto a ele nenhum requerimento foi apresentado pelo Ministério Público, tendo o parecer se omitido nesse ponto”, disse a ministra no despacho. Ela ainda cobrou uma manifestação urgente do PGR sobre sua “condição processual”.
Lembrando que o vice-PGR, Humberto Jacques de Medeiros, braço-direito de Aras, só pediu medidas contra Salles, poupando Bim, que também é investigado pela Operação Akuanduba e até foi afastado do cargo por determinação de Alexandre de Moraes.
De acordo com informações do O Antagonista, Eduardo Bim tem como assessor o engenheiro civil Durval Olivieri, que é um dos fundadores da OAS e ex-marido da subprocuradora Maria das Mercês de Castro Gordilho Aras, esposa do PGR. O relacionamento de Durval e Maria das Mercês gerou três filhas.
Ao Antagonista, Durval disse que sua função é de “pesquisa sobre assuntos que o presidente determina” e que “em alguns momentos” assessora a Presidência da República sobre temas do setor e os próprios diretores do Ibama.
Ele também garantiu que foi consultado ou deu qualquer parecer sobre a mudança da Instrução Normativa 15/2011, pivô da Akuanduba, ou sobre a tentativa de liberação das madeiras apreendidas na Operação Handroanthus, denúncias feitas por Saraiva. Durval ainda declarou que foi selecionado pelo currículo.