Arquitetos e urbanistas propõem soluções para cidades e as crises climáticas
O impacto da emergência climática na qualidade da vida urbana dispara o alerta
de profissionais da arquitetura e urbanismo que buscam saídas para tornar as
cidades mais humanas. Alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unaerp venceram 18ª edição do Concurso do Centro Brasileiro da Construção em Aço – CBCA, com o projeto “Hospital do Solo”.
Pensar o presente sem comprometer o futuro é a essência de uma cidade
sustentável, um conceito que ganha cada vez mais espaço nos debates políticos
frente aos desafios crescentes que a humanidade passa por causa das mudanças
climáticas. Este termo, segundo o professor doutor Edson Salerno, coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo na Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp)
[http://unaerp.br/], envolve equilibrar o desenvolvimento urbano com a qualidade
de vida e o respeito ao meio ambiente e ao patrimônio histórico-cultural.
“O PLANETA É NOSSA CASA, ENTÃO PRECISAMOS ENTENDER QUE AS CIDADES SÃO
RESPONSABILIDADE DE TODOS.” Salerno explica que os desafios para tornar as cidades brasileiras mais sustentáveis são grandes, especialmente diante das mudanças climáticas e esclarece que não é possível pensar em um planejamento sustentável sem levar em conta toda a cidade e a desigualdade social existente nela.
Para enfrentar essas questões, o professor defende uma especial atenção ao
planejamento do uso do solo, com drenagem sustentável, arborização,
infraestrutura verde e políticas públicas que alcancem todos os cidadãos. Equilibrar o desenvolvimento urbano humano, a qualidade de vida e o respeito ao
meio-ambiente é o tripé da sustentabilidade, mas o processo precisa ser viável
economicamente.
Neste vídeo, o coordenador Edson Salerno apresenta a proposta do curso. “Nosso
objetivo é oferecer ao futuro arquiteto uma visão pautada na sustentabilidade,
responsabilidade social e na ética” (Crédito: TV Unaerp).
Uma das questões discutidas a partir da arquitetura é a adaptação dos edifícios
das cidades para o contexto ecológico. Aqui no Brasil, os edifícios precisam ser
bem ventilados e construídos com materiais que reduzem a temperatura. Também é
necessário criar espaços para reter água da chuva, com intuito de minimizar
impactos que tendem a ser cada vez mais frequentes com as mudanças climáticas.
JÁ NO URBANISMO, “A GENTE PRECISA CRIAR CORREDORES VERDES, PRAÇAS E PARQUES
LINEARES QUE FUNCIONAM COMO “ÁREAS DE RESPIRO” PARA A CIDADE. E EM SITUAÇÕES DE
EMERGÊNCIA ESSAS ÁREAS VÃO FAZER A DIFERENÇA”, ESCLARECE.
Para o coordenador, apenas é sustentável aquilo que respeita o meio ambiente, é
economicamente viável e aceito pela sociedade. Mobilidade eficiente, áreas
verdes distribuídas, gestão da água e resíduos, além de habitação digna, compõem
esse tripé. Professores estrangeiros em visita à Unaerp conhecem um dos projetos do curso apresentado pelo coordenador Edson Salerno (no centro da foto) — Foto: Crédito: DICom Unaerp
MOBILIDADE E PARTICIPAÇÃO DA POPULAÇÃO
Um dos principais entraves de qualquer grande centro é o transporte público e as
formas de locomoção possíveis. Para Salerno, a solução para estas questões está
em direcionar os esforços para a melhoria da qualidade e a mobilidade ativa. Caminhar e pedalar são, na avaliação do professor, pilares de uma cidade sustentável, mas elas necessitam de investimento no planejamento, expansão e
manutenção para que as calçadas e ciclovias se tornem seguras e realmente
integradas com o transporte coletivo.
Respeitando tais aspectos, os centros urbanos teriam menos carros nas ruas e,
como consequência, apresentariam diminuição na poluição e nos congestionamentos, contribuindo para a população ganhar em qualidade de vida. Salerno cita Curitiba como exemplo brasileiro de transporte público integrado e áreas verdes, modelo que inspirou outros municípios. Fora do país, Copenhague, Singapura e cidades japonesas mostram que densidade urbana, tecnologia e bem-estar podem andar juntos.
Porém, são medidas que dependem de um esforço mais amplo. O professor ressalta o
papel essencial da participação direta da comunidade no planejamento urbano.
Moradores conhecem os problemas do dia a dia, como falta de sombra, enchentes ou
transporte precário.
“Envolver as pessoas torna o planejamento mais eficiente e justo. Quando a
população participa, ela se identifica com o lugar, respeita e cuida dos
espaços públicos”, conclui.
“Arquitetura tem essa função de deixar o mundo melhor para as pessoas habitarem”, diz a arquiteta formada na Unaerp, Tayná Ricardo Pimenta. Assista ao
vídeo! (Crédito: TV Unaerp)