Arthur Lira não foi chamado para reunião com Lula sobre corte de gastos: expectativa de votação este ano

Corte de Gastos: Lira ainda não foi chamado para reunião com Lula

Presidente da Câmara confirmou haver expectativa de se reunir com Lula, e afirmou que proposta “tem que ser” votada neste ano

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse nesta terça-feira (26/11) que ainda não foi chamado para uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para tratar do corte de gastos do governo – que precisará tramitar no Congresso.

Perguntado se o pacote de corte de gastos a ser enviado pelo governo tem como ser aprovado ainda em 2024, porém, o alagoano respondeu positivamente. “Tem que ser. Eu imagino que tenha necessidade de ser”, disse o presidente da Câmara à jornalistas. O Congresso entra em recesso parlamentar em pouco menos de quatro semanas.

Como mostrou o DE, o governo já fechou a proposta, mas quer agendar uma reunião com Lira e com o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), antes de enviar o pacote formalmente ao Congresso. O programa de revisão de gastos visa acomodar as despesas públicas ao arcabouço fiscal do governo. Os gastos obrigatórios vêm crescendo paulatinamente nos últimos anos e, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), eles podem impactar a continuidade de políticas públicas e de investimentos.

Líderes partidários que tomaram conhecimento de rascunhos das medidas informaram que o impacto fiscal do pacote completo é de R$ 70 bilhões em dois anos (sendo cerca de R$ 35 bilhões por ano). Mesmo sem ainda confirmar oficialmente o número, Haddad afirmou que o valor envolvido será “o suficiente”.

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Baptista Júnior acusa Zambelli de pressioná-lo por golpe na FAB; deputada nega

Paulo Cappelli

Tenente-brigadeiro Baptista Júnior, que comandou a FAB no governo Bolsonaro, disse à PF que Zambelli o pressionou por golpe; deputada nega

Comandante da Força Aérea Brasileira (FAB) durante a suposta articulação de golpe de Estado, o tenente-brigadeiro Baptista Júnior afirmou à Polícia Federal (PF) que foi pressionado pela deputada Carla Zambelli (PL-SP) a aderir a plano para manter o então presidente Jair Bolsonaro na Presidência. O depoimento consta no relatório encaminhado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes à Procuradoria-Geral da República nesta terça-feira (26/11).

Diz o documento: “Baptista Júnior relatou que as pressões para anuir ao golpe de Estado ultrapassaram as redes sociais. O depoente disse que, no dia 08/12/2022, após a formatura dos aspirantes à oficial da FAB, na cidade de Pirassununga (SP), foi interpelado pela deputada federal Carla Zambelli com a seguinte indagação: ‘Brigadeiro, o senhor não pode deixar o Presidente Bolsonaro na mão’. O depoente afirmou que entendeu que a deputada estava propondo que aderisse a um ato ilegal”.

O tenente-brigadeiro do ar Carlos Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica, Almirante Gariner, chefe da Marinha sob Bolsonaro, foi indiciado pela PF. Deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) é condenada por divulgar número telefônico de mulher que a chamou de fascista. Ex-comandante da FAB disse que Freire Gomes ameaçou prender Bolsonaro.

Procurada por meio de sua assessoria, Carla Zambelli negou que tenha solicitado apoio para um golpe de Estado. “A deputada esclarece que desconhece os fatos envolvendo essa minuta, reiterando que igualmente jamais anuiria, pediria ou solicitaria algo irregular, imoral ou ilícito. Ademais, não se recorda desse fato reportado e, se porventura pediu acolhimento, o fez por causa da derrota nas eleições, apoio que seria perfeitamente plausível naquele momento”.

De acordo com o depoimento de Baptista Júnior, seis dias depois, em 14/12, ocorreu uma reunião no Ministério da Defesa. No encontro, o então ministro Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira teria apresentado a minuta do decreto presidencial que serviria como sustentação jurídica para o golpe e tentou pressionar os comandantes das Forças a aderir ao movimento. O encontro ocorreu na mesma semana em que Lula foi diplomado como vencedor da eleição presidencial.

De acordo com a PF, o então comandante da Marinha, almirante de esquadra Almir Garnier Santos, foi o único que se colocou à disposição para cumprir as ordens do decreto. Baptista Júnior disse que, após a reunião, começou a receber ataques por meio das redes sociais, sendo chamado de “melancia” e “traidor da pátria”.

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