O museu Boijmans Van Beuningen, na Holanda, está prestes a sediar uma cerimônia de casamento única e inusitada. A renomada artista plástica espanhola Alicia Framis, de 57 anos, planeja oficializar sua união com um holograma como parte da instalação artística “The First Woman to Marry a Hologram” (A Primeira Mulher a Casar com um Holograma), integrante do projeto “The Hybrid Couple” (O Casal Híbrido).
AILex, uma inteligência artificial (IA) criada com holografia, será o “noivo” de Alicia Framis. Esta IA incorpora traços de personalidade reunidos a partir de conhecidos, amigos e familiares da artista, utilizando informações e experiências que marcaram a vida da espanhola.
Alicia, conhecida por suas abordagens multidisciplinares à arte, revela que o casamento com AILex é uma expressão artística ousada. Em uma entrevista ao jornal espanhol El País, ela destaca a aceitação de seus amigos e familiares, afirmando que compreendem a inseparabilidade de sua vida e arte.
Esta não é a primeira incursão de Alicia Framis em relacionamentos “não humanos”. Em 1996, ela viveu com um manequim chamado Pierre. Ao comentar sobre o projeto, a artista destaca que a sociedade já é híbrida, convivendo diariamente com máquinas, como marca-passos e smartphones.
O “Casal Híbrido” busca normalizar casamentos com entidades não humanas, explorando o território emocional entre humanos e inteligência artificial. Alicia Framis vê nas IAs não uma substituição para o afeto humano, mas uma adição valiosa: inteligência, capacidade de conversação e auxílio em diversas áreas, incluindo finanças.
O projeto inovador de Framis vai além da mera expressão artística, iniciando diálogos sobre as implicações éticas, emocionais e sociais das uniões entre humanos e IA. Este casamento singular não apenas desafia fronteiras artísticas, mas também serve como catalisador para discussões sobre a evolução dinâmica das relações humanas em uma sociedade cada vez mais avançada tecnologicamente.