Artista goiano expõe trabalhos na Itália e ganha reconhecimento internacional

Artista goiano expõe trabalhos na Itália e ganha reconhecimento internacional

Um artista goiano está fazendo sucesso no cenário internacional. Trata-se de Felipe Machado, de 31 anos, natural de Goiânia. Mais conhecido como “El Gatito”, ele participou de uma exibição em solo italiano e tem na sua agenda um outro compromisso futuro nos Estados Unidos.

Sucesso de um artista goiano

A exposição que o artista Felipe Machado participou neste mês se chama “Recordum a message to the next generation”, de forma paralela à Bienal de Veneza, na Itália. No total, cerca de 40 artistas de todo o globo exibiram seus trabalhos, com um goiano entre eles.

“Fico feliz em saber que tem gente do outro lado do mundo prestando atenção em coisas que estão rolando aqui em Goiânia, no Brasil. Hoje em dia, a gente consegue através da Internet mostrar nosso trabalho para muita gente”, declara Felipe ao DE.

El Gatito começou a sua trajetória artística quando criança. Naquela época, era comum que ele fizesse desenhos em cadernos, livros e até mesmo em provas do colégio. Na infância, ainda chegou a elaborar uma história em quadrinhos junto a outros dois amigos.

Quando veio a pandemia da Covid-19, Felipe percebeu que poderia seguir aquela carreira de forma profissional. Até aquele momento, nenhuma de suas criações tinha vinculação a aspectos comerciais. Foi então que surgiu a ideia de transformar aquela atividade que ele amava em um trabalho. Assim, tomou forma o artista El Gatito.

Esse pseudônimo, inclusive, surgiu como uma forma de expressão da sua própria maneira de enxergar o mundo. Com inspiração na arte de Keith Haring, El Gatito já vendeu 128 obras, incluindo telas, paredes, murais, estampas e ilustrações para marcas. O auge chegou quando participou do evento em Veneza.

“A sensação é muito boa, viajar fazendo o que você curte é muito bom. Fui pensando em me divertir e ver coisa nova, ver gente que cria outras coisas muito boas e de lugares diferentes do mundo. Essa troca é muito boa”, completa o artista goiano.

A próxima parada é o Art Basel Miami, em dezembro. Além disso, Felipe almeja diversas novidades a partir do ano que vem. Confira mais sobre o trabalho dele por aqui.

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Restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos faz descoberta de cemitério de africanos escravizados

A restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Jaraguá, culminou em uma importante descoberta arqueológica: um cemitério com mais de 200 anos. Durante as escavações para a implantação de um sistema de drenagem, os arqueólogos encontraram ossadas que, segundo especialistas, são possivelmente de africanos escravizados e negros libertos.

A obra, iniciada em abril deste ano, é realizada pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), com um investimento de R$ 3,5 milhões. A conclusão está prevista para 2025. A descoberta das ossadas aconteceu em novembro, quando 35 ossadas foram exumadas sob o calçamento externo, e centenas de outros túmulos foram identificados.

Importância Histórica e Cultural

“É uma descoberta importantíssima para a história de Jaraguá e do estado de Goiás, pois nos permite resgatar a memória histórica de um período significativo para a formação cultural”, ressalta a secretária de Estado da Cultura, Yara Nunes. Este achado reforça a importância da preservação do patrimônio material e imaterial, conectando-nos com as raízes de nossa história.

Além das ossadas, os trabalhos também revelaram, com a remoção do piso de madeira, 56 campas funerárias numeradas dentro da igreja. Segundo os arqueólogos, há cerca de 150 sepultamentos nas laterais, no fundo e no pátio frontal da igreja. “Tem um sepultamento atravessado embaixo da escada da igreja, então quer dizer que aquela escada não é tão antiga, não é a original da construção. Em alguns locais a gente encontrou sobreposição de esqueleto, ou seja, existia o uso contínuo dessas covas”, conta o arqueólogo Wagner Magalhães.

A equipe agora enfrenta o desafio de extrair o máximo de informações possíveis sobre os esqueletos, que estão em péssimas condições de preservação devido ao solo úmido do local. As ossadas retiradas serão estudadas em laboratório para obter informações sobre sexo e faixa etária. Posteriormente, será feito um levantamento histórico com base nos registros de batismo e morte.

“Foi um trabalho surpreendente não só porque é inédito, mas é uma coisa que está mexendo com a memória. Quem eram essas pessoas? Apesar de não ter a história completa, a gente tem uma ideia do que aconteceu ali”, ressalta a arqueóloga Elaine Alencastro.

Educação patrimonial

Após o trabalho de curadoria da equipe arqueológica, a Secult, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) Goiás, vai oferecer uma ação de educação patrimonial na igreja. “Todas as nossas obras já possuem tapumes educativos que contam a história do edifício, mas, com essa descoberta, vamos montar uma estrutura na igreja para que todos possam conhecer mais sobre essa história que ficou escondida durante tantos anos”, adianta a superintendente de Patrimônio Histórico e Artístico da Secult, Bruna Arruda.

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos foi construída em 1776 pela irmandade de negros de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Nessa época, era comum a construção de igrejas específicas para a população negra. “Essa igreja foi dedicada aos pretos e foi construída por eles, e a população africana teve um papel importantíssimo até para a formação da cidade de Jaraguá. Então o que a gente tem aqui é um pouquinho da nossa história e traz também um pouco da história do início das minas de ouro, desses povos que trabalharam lá”, explica Wagner Magalhães.

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