Artista recicla mais de 10 mil pneus ao utilizar como material para esculturas no interior de SP
Marcos Antônio Chiquinato, 53 anos, nasceu em Presidente Prudente (SP) e mora em Taciba (SP), onde possui uma oficina artística com mais de 100 peças.
O amor pela arte e o desejo de preservar a natureza levaram um artista da região de Presidente Prudente (SP) a reciclar e transformar mais de 10 mil pneus descartados em esculturas que chegam a 3,5 metros de altura.
Ao DE, Marcos Antônio Chiquinato, de 53 anos, morador de Taciba (SP), relembra que o interesse pela arte começou ainda na infância, aos 7 anos, quando a mãe passou a criar sozinha os três filhos, após o abandono do pai.
No momento difícil, quando a família procurava comida descartada para servir de alimento, a arte se tornou um refúgio para a imaginação fértil daquela criança.
Foi em meio a essa realidade que Marcos encontrou uma oportunidade justamente onde parecia não haver mais saída — nem para ele, nem para o meio ambiente. Afinal, muitos dos materiais que ele reutiliza levariam centenas de anos para se decompor.
Marcos conta que escolhe trabalhar com materiais reciclados justamente por serem duráveis e causarem grande impacto ambiental quando descartados na natureza. “Minha maior preocupação é com pneus, plástico, sacolinhas, garrafa pet, tampa de garrafa pet, papel de bala… eu reutilizo todos”.
Uma das obras de Marcos, uma escultura do Hulk, personagem conhecido no mundo dos super-heróis, chega a ter 3,5 metros de altura e foi totalmente produzida com 400 pneus de bicicleta e moto, além de 6 mil parafusos. O trabalho realizado há três meses deve ser finalizado em breve.
Morando em Taciba há anos, ele é funcionário público e, em parceria com o município que aderiu o projeto PneuArte, o artista oferece as aulas aos moradores de maneira gratuita, além de expor as artes pela cidade.
Atualmente, o artista está trabalhando em uma coleção sobre a resistência negra. “Sobre respeito às diferenças e que nem toda mão estendida é para proteger… Eu procuro abordar assuntos que ninguém quer falar, abordar assuntos que eu consiga conscientizar”.
Enquanto isso, Marcos cultiva o sonho de, um dia, expor as obras em galerias de cidades metropolitanas e levar a história dele e da própria arte para mais pessoas.




