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“As telefonistas” retrata temas feministas da década de 30 ainda presentes nos dias atuais

Última atualização 15/03/2018 | 10:04

As telefonistas (Las Chicas Del Cable) produção espanhola da Netflix, dá espaço à assuntos que merecem ser discutidos, estabelecendo conexões com a vida real. Uma empresa de telefonia cruza as histórias de Alba/Lidia, Marga, Carlota e Ángeles, mulheres com diferentes histórias de vida mas que tem um ponto em comum: a busca pela liberdade.

Na década de 1930, época em que se passa a série, haviam conflitos que reverberam até hoje na sociedade, mesmo  após quase um século da época retratada. O casamentos abusivos, aborto e a cultura de que as mulheres deveriam ser do “lar” eram premissas da época, porém, muitas mulheres ainda vivem sob essa concepção mesmo no século XXI.

Alba, uma das protagonistas, vive um conflito interno em busca de sua liberdade e por vezes deixa de tomar decisões que a fariam feliz, para seguir seu ideal. Separada de seu grande amor, sua vida toma um rumo inesperado. Ao recomeçar sua vida em Madri, como Lidia, ela é contratada em uma empresa promissora, como telefonista. Lá ela reencontra Francisco, após de 10 anos, trazendo sentimentos do passado à tona. Ao mesmo tempo que encanta pelo cunhado dele, Carlos Cifuentes, herdeiro da empresa.

Em meio às confusões de seus sentimentos e as coisas que é obrigada a fazer para manter sua nova identidade, Lidia, se alia à mulheres que tem o mesmo ideal que o seu, ainda que cada uma de forma particular. Uma delas é Marga, uma garota interiorana, que começa a despertar para o autoconhecimento e a buscar as coisas que quer, ainda que muito tímida.

Ángeles é casada e após descobrir uma traição do marido, tenta se divorciar. Porém, o homem não aceita e o relacionamento torna-se abusivo, com agressões que chegam à causar um aborto posteriormente. O desespero de Ángeles dá brecha para que vários acontecimentos importantes ocorram durante a primeira temporada, dando ritmo à história. Assim como as reviravoltas causadas pela rebeldia de Carlota, uma filha que deseja sua independência, apesar de viver sob o controle do pai militar, que repudia seu trabalho, a vida noturna e os romances fora do casamento.

Para completar, a empresa em que trabalham tem um plano que automatizar as ligações por meio de um roteador, o que acabaria com o emprego de todas elas. E neste caso, o trabalho não só significa o recebimento de um salário, mas sim, parte da independência que tanto procuravam.

A série leva à reflexão de que, para as mulheres, a caminhada para a igualdade de gênero ainda é bastante longa. Esse viés feminista é justamente a intenção dos produtores Ramón Campos, Teresa Fernández-Valdés e Gema Neira, que deixaram no ar a possibilidade da terceira temporada da trama.

http://www.youtube.com/watch?v=vtJ72tZ9H6A