Ascensão de Temer foi “golpe”, diz padre Jesus, na Difusora

Em seu comentário matinal de ontem, na Rede Pai Eterno de rádio, o padre – e jornalista – Jesus Flores considerou, no quadro Café Livre, apresentado por Sueli Ramos e Laerte Júnior, que o presidente Michel Temer ascendeu-se ao cargo por força de um “golpe” – referência ao Impeachment que afastou do cargo a presidente Dilma Rousseff (PT) e empossou Temer, em 31 de agosto, na condição de vice.

O comentário foi feito logo após a apresentação da notícia do jantar para alguns integrantes da bancada do PMDB no Senado, na casa da senadora do partido, Kátia Abreu (TO), na noite de terça para quarta-feira. Dentre os participantes da reunião jantar, destaque para líder da bancada no Senado, Renan Calheiros (AL). Durante o jantar alguns comensais fizeram críticas ao projeto de reforma da Previdência e até colocaram dúvidas a aprovação do projeto.

O comentário do padre Jesus entrou ao vivo na programação logo em seguida, como é feito diariamente, com um tom crítico ao projeto da reforma. E foi nesse ponto, então, que padre Jesus Flores questionou a necessidade e o momento para se promover essa reforma, que prejudica e retira direitos dos trabalhadores.

Os aliados e defensores e aliados da ex-presidente Dilma Rousseff sempre classificaram o processo que culminou com o seu Impeachment de “golpe”, sob a alegação de ausência dos pressupostos descritos na Constituição Federal, para justificar o Impeachment. O argumento sempre foi contestado pelos defensores do afastamento. Com o surgimento de uma opinião de peso como a do padre Jesus Flores, pela força do seu prestígio pessoal como religioso e jornalista, a tese de “golpe” no afastamento da ex-presidente Dilma ganha um reforço de grande relevância.

O padre Jesus Flores comenta na programação da Rádio Difusora há mais de 30 anos e sempre com enfoque na defesa dos interesses dos trabalhadores de um modo geral, sobretudo das camadas mais humildes da população. Os seus comentários alcançam sempre muita repercussão na sociedade goiana.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp