Asilo clandestino é interditado em Campo Grande: idosos resgatados pela Polícia Civil. Local funcionava sem alvará e equipe médica.

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Asilo clandestino é interditado em Campo Grande; 10 idosos são resgatados pela Polícia Civil. Instituição foi interditada após denúncia, o local não tinha alvará, nem equipe médica, e funcionava apenas com CNPJ de MEI.

Agentes da Delegacia Especial de Atendimento à Pessoa da Terceira Idade (Deapti) interditaram um asilo que funcionava de forma ilegal e com estrutura precária em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. Ao todo, dez idosos foram resgatados. A operação contou com apoio da Vigilância Sanitária e da Secretaria Municipal de Envelhecimento Saudável.

Uma idosa de 83 anos foi encontrada nua, sem fralda e com a cama molhada de urina. Segundo os agentes, ela estava em um dos quartos da casa e apresentava quadro de erisipela, uma infecção grave nas pernas. Durante a fiscalização, foram encontrados medicamentos vencidos e foi constatada a ausência de equipe médica adequada, o que é exigido por lei para o funcionamento de Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs).

Questionada pelas autoridades, a responsável pelo espaço afirmou ser técnica de enfermagem e disse que o local possuía apenas um CNPJ de Microempreendedora Individual (MEI), o que não é permitido para o funcionamento de um asilo. O espaço não contava com enfermeiros, médicos ou nutricionistas, o que é obrigatório segundo os critérios da Vigilância Sanitária.

A interdição é resultado de uma denúncia feita pela filha de uma idosa que faleceu após passar cinco meses no local. A denunciante afirmou que, inicialmente, o espaço parecia adequado. Mas, com o tempo, a mãe foi se debilitando sem explicação. A certidão de óbito aponta sepse cutânea como uma das causas da morte.

“Ela estava com escaras nas partes íntimas, nas costas, e a responsável não comunicou à família. Escondeu tudo”, disse a filha da paciente. O abrigo foi fechado e os idosos foram levados por familiares que, em sua maioria, não sabiam que o local funcionava de forma ilegal.

O advogado da proprietária, Jorge Luiz, negou os maus-tratos. “O que está acontecendo aqui é só questão administrativa. Não existe maus-tratos em relação aos idosos”, afirmou. Felipe Michel, secretário municipal de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida, alertou que não serão admitidos idosos expostos em asilos clandestinos, destacando a importância dos familiares ficarem atentos para não deixar seus entes queridos nessas condições.

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