Assassinato do CEO da UnitedHealthcare em Nova York: O que sabemos até agora?

Assassinato do CEO da UnitedHealthcare em Nova York: O que sabemos até agora?

Na manhã de quarta-feira, 4 de dezembro de 2024, o CEO da UnitedHealthcare, Brian Thompson, de 50 anos, foi assassinado na porta do Hotel Hilton em Midtown, Nova York. O executivo, que liderava a maior operadora de planos de saúde privada dos Estados Unidos, foi baleado por volta das 6h45 (horário local). Segundo relatos da polícia, Thompson foi alvejado no tórax por um homem mascarado que o esperava do lado de fora do hotel.

O atirador, descrito como usando uma máscara facial preta e um casaco marrom claro ou creme, fugiu do local sem levar nenhum pertence da vítima. Thompson foi encaminhado para o hospital Monte Sinai, onde não resistiu aos ferimentos. A polícia de Nova York divulgou fotos de um indivíduo sem máscara que está sendo procurado para ser interrogado sobre o assassinato.

O suspeito, que usava um capuz na ocasião do crime, é visto em vídeos de vigilância obtidos pela CNN. A figura encapuzada apareceu a alguns metros atrás de Thompson e atirou em suas costas enquanto ele se aproximava do hotel para participar de uma conferência de investidores. As investigações sugerem que o ataque foi premeditado.

A polícia encontrou três cartuchos e três balas na cena do crime com as palavras ‘deny’ (‘negar’), ‘defend’ (‘defender’) e ‘depose’ (‘litigar’) escritas neles. Essas palavras podem ser uma referência às táticas conhecidas como ‘três Ds do seguro’, usadas por seguradoras para recusar pedidos de pagamento de pacientes. Thompson estava na cidade para participar de uma conferência de investidores e havia recebido ameaças anteriormente.

Sua viúva, Paulette, mencionou que ele havia falado sobre essas ameaças. A UnitedHealthcare afirmou que suas principais prioridades são apoiar a família de Thompson e garantir a segurança de seus funcionários, trabalhando com as autoridades para levar o atirador à justiça.

A empresa, parte do grupo UnitedHealth, que é o oitavo maior dos Estados Unidos com mais de 469 mil funcionários, expressou choque com a perda e condenou qualquer sugestão de que ameaças contra seus colegas sejam aceitáveis. A liderança do UnitedHealth Group é apoiada por uma equipe de segurança interna, mas no momento do ataque, a equipe de segurança de Thompson não estava com ele.

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Vereador Junior Figueiredo se entrega à PF por desvio milionário de recursos públicos em Salvador: Entenda a Operação Overclean

Vereador eleito se entrega à Polícia Federal em Salvador; político é suspeito de integrar esquema que desviou milhões de recursos públicos

Junior Figueiredo era considerado foragido. Investigação aponta interferências dele na Prefeitura de Lauro de Freitas.

Suspeito de desvios em recursos públicos, vereador eleito Junior Figueiredo se entregou à Polícia Federal em Salvador. O político é suspeito de integrar a organização criminosa acusada de desvios milionários em recursos públicos. O empresário e político era considerado foragido, pois não foi localizado na terça (10), quando os agentes deflagraram a Operação Overclean.

A equipe de defesa dele negociou a rendição após uma câmera do sistema de reconhecimento facial flagrá-lo dirigindo por Salvador. Com isso, pelo menos 16 dos 17 alvos de mandados de prisão preventiva já foram capturados. Apenas Itallo Moreira de Almeida, servidor da Secretaria de Educação do Tocantins e suspeito de favorecer empresas nas licitações, segue foragido.

O grupo é acusado ainda de corrupção e lavagem de dinheiro, tendo movimentado aproximadamente R$ 1,4 bilhão. Desse montante, parte é proveniente de emendas parlamentares e contratos firmados com órgãos públicos apenas em 2024.

De acordo com a investigação policial, a participação de Ailton Figueiredo Souza Junior — nome completo do político — era concentrada em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador, com “amplo e irrestrito acesso aos mais diversos setores da prefeitura”. Pelas conversas analisadas, ocorridas no mês de dezembro de 2023, ficou demonstrado que ele possui forte influência na administração da referida municipalidade, ‘ao ponto de dar ordem para pagamento’ relacionado ao contrato firmado entre o Fundo Municipal de Saúde e a sociedade empresária PAP SAÚDE AMBIENTAL EIRELI, gerida, de fato, por Alex Parente.

O DE e a TV Bahia pediram um posicionamento à defesa de Junior Figueiredo, mas preferiram não se posicionar. O PSDB também não respondeu aos pedidos de nota até a noite desta quarta-feira.

A organização criminosa suspeita de promover esses desvios milionários “atua de forma sistemática e coordenada pelo menos desde 2021”, conforme descrito na decisão judicial que determinou a prisão preventiva dos investigados. Desse total, pelo menos 16 pessoas foram presas na Bahia, em São Paulo e em Goiás. A PF também cumpriu 43 mandados de busca e apreensão e ordens de sequestro de bens em cidades da Bahia, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e Goiás.

A decisão assinada pelo juiz federal Fábio Moreira Ramiro, da 2ª Vara Federal de Salvador, mostra que a investigação nasceu para apurar infrações penais no pregão eletrônico 3/2021, do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS). O anúncio em questão foi divulgado para contratar serviços comuns de engenharia para obras em estradas vicinais. Entretanto, o aprofundamento das investigações demonstrou a existência de uma organização criminosa dirigida pelos irmãos Alex Rezende Parente e Fábio Rezende Parente, e por José Marcos de Moura e Lucas Maciel Lobão Vieira. Esses quatro formam o “núcleo central da organização”, conforme apontado pela Polícia Federal.

Alex é descrito como o grande coordenador do esquema, suspeito de negociar diretamente com servidores públicos. Fábio seria o executor financeiro da organização. Lucas é suspeito de financiar as atividades ilícitas, já que atuava no DNOCS e favorecia as empresas nos bastidores. José Marcos Moura, o “Rei do Lixo”, é suspeito de prospectar contratos, “com a cooptação de servidores mediante pagamento de propina”.

Embora a investigação tenha surgido no DNOCS, os investigadores concluíram que as fraudes não se restringiam ao departamento de obras. A organização criminosa liderada por Alex Rezende Parente é uma estrutura complexa, bem definida e hierarquicamente organizada, onde cada membro desempenha funções específicas para o funcionamento do esquema. Esta organização se dedica principalmente à prática de crimes como corrupção ativa e passiva, fraudes em licitações, lavagem de dinheiro, utilizando contratos públicos fraudulentos como principais meios de atuação, analisou a PF.

Uma das empresas dos irmãos Rezende é a Allpha Pavimentações. A decisão destaca que a empresa obteve cerca de R$ 150 mil em contratos com o DNOCS no período de aproximadamente três anos. O valor chama atenção porque a empresa foi fundada apenas em 2017, com capital social de R$ 30 mil à época. Atualmente, o capital social do empreendimento é estimado em R$ 16 milhões.

Os investigadores da Receita Federal descobriram que uma organização criminosa estava utilizando um esquema estruturado para desviar recursos públicos. Esses recursos, provenientes de emendas parlamentares e convênios, eram direcionados para empresas e indivíduos ligados a administrações municipais. As investigações constataram a prática de superfaturamento em obras e desvios de recursos com o apoio de interlocutores que facilitavam a liberação de verbas destinadas a projetos previamente selecionados pela organização criminosa.

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