Com menos de um mês à frente do governo dos Estados Unidos, o presidente Donald Trump já enfrenta a primeira crise de gabinete. Michael Flynn, a principal autoridade na área de segurança norte-americana, renunciou, após escândalo sobre uma conversa que teve com um embaixador russo nos Estados Unidos, Sergei Kisliak. Trump nomeou o general Joseph Keith Kellogg Jr. interinamente em seu lugar, enquanto inicia os contatos para encontrar um nome definitivo para o posto.
A renúncia de ocorreu depois de notícias de que ele enganou o vice-presidente norte-americano, Mike Pence, e outros funcionários do governo e mentiu sobre o teor de suas conversas com o embaixador da Rússia antes mesmo de Trump tomar posse. Em carta de demissão, cujo texto foi enviado pela Casa Branca, por e-mail, aos repórteres, Flynn disse que fez vários telefonemas para o embaixador russo durante o período de transição do ex-presidente Barack Obama para Donald Trump. Na carta, ele admitiu que deu “informações incompletas” a Pence sobre essas conversas.
Flynn disse a Pence que não discutiu com autoridades russas as sanções dos Estados Unidos contra a Rússia, aprovadas pelo então presidente Obama nos dias que antecederam a posse de Trump. Essa garantia dada pelo ex-conselheiro de Segurança Nacional levou Pence a defender Flynn em várias entrevistas à televisão.
Mas, nessa segunda-feira (14), a imprensa norte-americana noticiou que o Departamento de Justiça advertiu a Casa Branca que o assessor não tinha sido totalmente franco sobre suas conversas com o embaixador russo.
Na carta, Flynn afirmou que fez inúmeros telefonemas a funcionários estrangeiros durante a transição. “Infelizmente, por causa do rápido ritmo dos eventos, eu inadvertidamente informei o vice-presidente eleito e outros com informações incompletas sobre meus telefonemas com o embaixador russo”, acrescentou no documento. “Sinceramente, pedi desculpas ao presidente [Trump] e ao vice-presidente [Mike Pence], que aceitaram minhas desculpas”.