Assessora de ministério é exonerada por postagem nas redes: “safade”

O Ministério da Igualdade Racial (MIR) anunciou a exoneração da chefe da Assessoria Especial, Marcelle Decothe da Silva, após uma publicação controversa em suas redes sociais. A decisão foi tomada após Marcelle fazer críticas à “torcida branca” do São Paulo, durante uma partida da final da Copa do Brasil, enquanto cumpria agenda oficial. O desligamento da servidora foi oficializado por meio de uma edição extra do Diário Oficial da União nesta terça-feira, 26.

A atitude da ex-assessora, que se manifestou de maneira inadequada nas redes sociais, levou o MIR a emitir uma nota reafirmando seu compromisso “inegociável” com a promoção dos direitos e igualdade étnico-racial.

No comunicado, o ministério enfatizou que a exoneração de Marcelle teve como objetivo evitar a perpetuação de atitudes não alinhadas com esses princípios e que “as manifestações públicas da servidora em suas redes estão em evidente desacordo com as políticas e objetivos do MIR”.

As críticas feitas por Marcelle se referiram à torcida do São Paulo, que ela descreveu como “torcida branca, que não canta, descendente de europeu ‘safade’. Pior de tudo ‘pauliste’”. A publicação polêmica ocorreu imediatamente após a final da Copa do Brasil, na qual o São Paulo saiu vitorioso contra o Flamengo no Estádio do Morumbi, na capital paulista.

É importante destacar que Marcelle acompanhava a ministra Anielle Franco, da Igualdade Social, em uma agenda oficial voltada para o lançamento de uma campanha de luta antirracista no futebol.

De acordo com a nota divulgada pelo ministério, o Comitê de Integridade, Transparência, Ética e Reponsabilização irá conduzir uma investigação sobre o incidente e tomar medidas para prevenir futuras ocorrências que possam contrariar os princípios e a missão da pasta.

 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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