Associação possibilita acesso à maconha medicinal em Goiás

Equipe da Associação Curando Ivo reunida

No início de 2020, o empresário Filipe Suzin (criador da Associação Curando Ivo) conquistou uma decisão liminar inédita em Goiás, ao ganharem o acesso à Cannabis medicinal, com cultivo e porte liberados. Portador de leucemia, Filipe faz uso de medicamentos à base da planta, bem como seu pai, Ivo Suzin, paciente de Alzheimer.

Agora, o empresário quer ampliar a luta pela causa, buscando o direito do cultivo coletivo para poder ajudar mais pessoas que possam se beneficiar do uso da medicina da planta. “Hoje é muito oneroso ter acesso aos remédios, então nossa ideia é fazer um processo operacional e produtivo a baixo custo”, explica.

 

Ivo Suzin e Filipe Suzin / Fotos: @curandoivo

A ideia surgiu a partir do alcance que a história de Ivo Suzin – ou Seu Ivo, como é carinhosamente chamado – ganhou desde 2019. Na época, Seu Ivo fazia tratamento a base de cannabis a cerca de três meses e a família decidiu compartilhar materiais de arquivo pessoal que tinha da evolução do quadro.

“Quando comecei a filmar, a ideia era fazer isso por um ano para fazer um documentário sobre a história”, comenta. “Mas com três meses já tinha tanto resultado que eu postei logo e veio o ‘boom’. Desde então, as coisas só cresceram cada vez mais.”

Associação

Atualmente, Filipe comanda a Associação Curando Ivo, que visa oferecer o acesso facilitado a pacientes que tenham autorização para tratamentos à base de maconha. Para isso, então, o principal desafio é conseguir custear o processo todo, de forma que o produto consiga chegar no paciente com facilidade.

Nesse sentido, a Associação tem em mente dois tipos de público alvo: aqueles que podem arcar com o custo dos tratamentos e aqueles que não podem. “A gente poderia ser 100% filantrópico, mas existem os custos. Então a ideia é dar acesso e possibilidade pra quem não tem, principalmente com valores abaixo da farmácia ou de importação, com um único requisito: a prescrição médica.”

O projeto, no entanto, ainda depende de uma luta legal que autorize o cultivo coletivo para esse fim. Isso porque a conquista de Filipe, no início de 2020, é de cunho pessoal é só permite que ele administre maconha para seu tratamento e do pai.

A expectativa é de que a vitória legal permita garantir o direito de dar acesso aos medicamentos para pessoas que ainda não conseguem buscá-lo. Além disso a luta busca fortalecer discursos de luta e quebrar paradigmas sobre o uso da planta. “Além do acesso democrático, a gente também olha para a reparação histórica e até para movimentar pesquisas na área”, explica.

 

Equipe reunida / Fotos: @curandoivo

Parceria

Para manter as atividades da Associação Curando Ivo, atualmente Filipe conta a parceria de cerca de 60 pessoas espalhadas pelo Brasil inteiro. Segundo ele, a medida que novas pessoas foram conhecendo a história, mais gente foi se envolvendo no projeto. Mas mesmo com o crescimento, a Associação ainda quer encontrar mais colaboradores.

“Atualmente estamos com o projeto Voluntariado Mão na Massa, que conta com 35 voluntários da região de Goiânia. Estamos contando com a ajuda de gente que só precisa ter bom coração, boa intenção e vontade de ajudar.”

A ação voluntária visa trabalhar na construção das primeiras edificações da Associação. O objetivo é dar início à estrutura da sede para que, mais tarde, seja possível construir áreas para cultivo e extração.

Além do trabalho braçal, o projeto também busca contar com a colaboração de voluntários para outras áreas. “Estamos dando início a uma busca por pessoas que possam atuar com outros dois tipos de apoios: técnico e financeiro. Estamos conseguindo força para fazer os muros, mas também queremos construir estufa e laboratório, então estamos sempre procurando mais gente.”

Os interessados no projeto podem acompanhar o trabalho Associação Curando Ivo pelas redes sociais, no Instagram @curandoivo.

Maconha no SUS

O objetivo também é ampliar ainda mais as redes de contato e atuação, especialmente após a conquista da aprovação da Lei Municipal Nº 10611. No Artigo 1º do texto, aprovado na Assembleia Legislativa em 14 de abril de 2021, diz-se que “É direito do paciente receber gratuitamente do Poder Público medicamentos nacionais e/ou importados a base de cannabis medicinal que contenham em sua fórmula a substância Canabidiol (CBD) e/ou Tetrahidrocanabinol (THC), desde que devidamente autorizado por ordem judicial ou pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), e/ou prescrito por profissional médico acompanhado do devido laudo das razões da prescrição, nas unidades de saúde pública municipal em funcionamento no Município de Goiânia, atendidos os pressupostos do art. 196 da Constituição Federal de 1988.”

Com isso, pacientes com a necessidade de cannabis podem receber os medicamentos diretamente do Sistema Único de Saúde (SUS). Filipe alerta, então, para a necessidade ainda maior de espaços e entidades como a Curando Ivo, que pode enriquecer ainda mais o processo.

“Para o SUS poder fornecer o remédio, precisa ter fácil acesso ou, caso contrário, vai comprar produtos mais caro, de menor qualidade ou muito industrializados”, alerta. “Com a área que temos disponível, seria possível atender praticamente todo o estado de Goiás.”

Sem fins lucrativos

Mesmo com a ambição de atuação, Filipe afirma que a intenção não é produzir nenhum lucro para a Associação e destaca como a relação com o poder público pdoe ser positiva para os dois lados. “Para a gente, não há visão de lucro; para eles, não há lobby e tem a garantia do acesso à planta completa.”

Isso porque, na Associação, o planto é cultivar e extrair a planta integral, com base nos estudos que já garantem benefícios da forma completa. Atualmente, a maior parte dos medicamentos industrializados trabalham com produtos isolados, diferente da proposta orgânica do projeto.

 

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Câncer de pele: Como identificar manchas perigosas e prevenir o risco

A gerente de enfermagem Renata vivenciou uma experiência que transformou sua perspectiva sobre cuidados com a saúde. Após ter sido orientada a realizar acompanhamento médico anual devido a uma lesão pré-cancerígena, ela negligenciou a recomendação. Anos depois, uma consulta devido a uma mancha no rosto a fez descobrir um melanoma em estágio inicial, um dos tipos mais agressivos de câncer de pele. A detecção precoce e remoção rápida garantiram um desfecho positivo.

O caso de Renata ressalta a importância do diagnóstico precoce no câncer de pele, a forma de tumor mais comum no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). O melanoma, em particular, é o tipo mais raro e agressivo, e o diagnóstico rápido pode ser decisivo para a cura. Marina Sahade, oncologista do Hospital Sírio-Libanês, destaca os principais sinais de alerta, como mudanças na cor, tamanho e textura de pintas ou manchas, além do aparecimento de sangramento ou coceira.

Como identificar manchas suspeitas? A dermatologista Luísa Juliatto, do Alta Diagnósticos, orienta que é preciso ficar atento a pintas novas, em crescimento, com cores variadas ou formas irregulares. Também é importante observar pintas antigas que apresentem alterações. Feridas que não cicatrizam, sangramento, dor ou crescimento rápido de uma lesão também são sinais que demandam atenção médica. Para confirmar se a mancha é cancerígena, exames como dermatoscopia e ultrassom dermatológico podem ser necessários. Quando há suspeita, a biópsia de pele é essencial para o diagnóstico final.

Juliatto recomenda consultas dermatológicas anuais, especialmente se não houver histórico de câncer na família. Caso contrário, é importante um acompanhamento mais próximo com o especialista.

Quais manchas não são perigosas? Nem todas as manchas na pele são preocupantes. Manchas solares, sardas (efélides), ceratoses seborreicas e melasma geralmente não são sinais de câncer. Além disso, os nevos comuns, conhecidos como pintas benignas, também não são motivo de alarme.

Fatores de risco e prevenção A exposição solar excessiva e repetitiva, especialmente durante a infância e adolescência, é o principal fator de risco para o câncer de pele. Pessoas com pele clara, olhos e cabelos claros, ou com histórico familiar de câncer de pele, têm maior predisposição à doença. No entanto, é importante ressaltar que até pessoas negras podem ser afetadas.

No caso de Renata, a pele clara e o histórico familiar de câncer de pele de seu pai contribuíram para o desenvolvimento do melanoma. Após o diagnóstico, ela passou a adotar medidas rigorosas para proteger sua pele, como o uso diário de bloqueador solar e roupas especiais de proteção UV, além de evitar a exposição ao sol nos horários de pico.

Para prevenir o câncer de pele, a dermatologista recomenda:

  • Aplicar protetor solar com FPS mínimo de 30 a cada duas horas;
  • Evitar exposição solar entre 10h e 15h;
  • Utilizar barreiras físicas, como roupas com tratamento UV, boné, óculos de sol e guarda-sol.

Essas precauções são essenciais para reduzir o risco de câncer de pele e garantir uma rotina de cuidados adequados com a saúde da pele.

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