Associações de consumidores alertam para possível aumento nas tarifas de gás no RJ

Associações de defesa de consumidores preveem aumento do gás do RJ, mesmo com expectativa anterior de redução.

Associações defesa dos direitos do consumidor preveem que o morador do Estado do Rio terá uma surpresa desagradável neste início do ano: um aumento nas tarifas de gás, quando era esperado uma redução. Até o fim do ano passado, a previsão da agência reguladora responsável pela concessão, a Agenersa, era de que haveria uma redução. Porém, ainda de acordo com as associações de consumidores, uma nova metodologia foi usada para fazer a revisão tarifária, após um acordo entre a empresa e o governo do estado. A empresa teria sido favorecida; os consumidores, prejudicados. O governo nega que haverá aumento. A Naturgy também afirma que a conta não vai subir.

De tempos em tempos, a Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do estado faz a revisão tarifária. Um cálculo que avalia se o que o consumidor vem pagando condiz com os investimentos da concessionária. A conclusão inicial da Agenersa era de que faltaram investimentos por parte da concessionária. Com isso, os consumidores seriam recompensados com descontos na conta de gás. Em uma nota publicada em novembro, a Agenersa disse que julgou um recurso que permitiu novos investimentos, sem nenhum aumento tarifário para os usuários das concessionárias Ceg e Ceg Rio — que são administradas pela Naturgy.

“Na medida em que você pega um valor que seria de uma redução tarifária e que você transforma isso em um próprio investimento da concessionária, você pegou o próprio dinheiro do consumidor, colocando em ativos que a própria concessionária depois vai ser remunerada. Este dinheiro que seria reduzido, passou a ser, continuou ser pago ‘por mim’ e que se transforma isso em remuneração para a concessionária”, avalia Mariana Amim, diretora de Assuntos Técnicos e Regulatórios da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace).

Em uma carta endereçada ao governo do estado, oito associações escrevem que o acordo que permitiria o aumento evidencia um favorecimento desproporcional à concessionária, em detrimento do consumidor e do interesse público – aspectos que merecem urgente reavaliação. A carta ao governador, que ainda não foi respondida, afirma ainda que acordos como esse, firmados sem maior debate e transparência, levantam dúvidas sobre a imparcialidade do processo regulatório, especialmente em temas de tamanha relevância social e econômica. Eles pedem que o suposto acordo entre o estado e a concessionária seja suspenso. Caso contrário, prometem ir à Justiça para que o consumidor não seja prejudicado.

“A estimativa de Abrace é que pode ter um impacto potencial de R$ 2 bilhões para esses consumidores e não havendo esse resultado possivelmente vai haver uma judicialização por parte dos consumidores”, diz Juliana.

Apesar do que dizem as associações, o governo nega que haverá aumento. Ele se posicionou com a seguinte nota: “Após um processo que durou mais de 7 anos, a 4ª Revisão Tarifária foi julgada e aprovada pela Agenersa, pondo fim a um processo judicial iniciado pela Naturgy. Tal decisão contou com uma ampla participação social, audiências e consultas públicas, com a apresentação de pareceres de instituições renomadas, inclusive a Procuradoria Geral do Estado. O encerramento da 4ª Revisão Tarifária vem reparar importantes equívocos de ordem técnica e matemática, que não levaram em consideração estudos de consultorias especializadas, em especial a da UFF, contratada pela própria Agenersa. Na decisão absurda e sem qualquer fundamento técnico de 2021, a redução das margens de distribuição inviabilizaria a continuidade do serviço de fornecimento de gás natural no estado do Rio de Janeiro. Vale ressaltar que esse acordo firmado no final de 2024 não implicará em aumento de tarifa para o consumidor e trará ganhos importantes para o estado do Rio de Janeiro e prevê ainda o compromisso de investimentos da ordem de R$ 600 milhões nos municípios do interior do estado, no prazo de dois anos”.

A Naturgy também disse que a conta não vai subir. A empresa diz ainda que o acordo firmado com o estado repara importantes equívocos de ordem técnica e matemática e que a decisão anterior de reduzir as margens de distribuição inviabilizaria o fornecimento do serviço. A empresa ressaltou que o acordo também vai trazer investimentos da ordem de R$ 600 milhões.

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Passageiros relatam pânico em assalto a ônibus na Avenida Brasil: investigação da PM aponta para quadrilha do Jacarezinho

Passageiros relatam pânico em assalto a ônibus na Avenida Brasil: ‘se levantar a mão, vai morrer’, diziam criminosos

O setor de inteligência da Polícia Militar investiga se os assaltantes são de uma quadrilha do Jacarezinho, que promove assaltos em ônibus.

Passageiros relatam pânico em assalto a ônibus na Avenida Brasil: ‘se levantar a mão, vai morrer’, diziam criminosos

Passageiros que foram vítimas de um assalto na Avenida Brasil nesta quinta-feira (9) contaram os momentos de pânico que viveram. Um homem foi agredido com coronhadas e uma passageira teve uma crise de pânico.

“Eles chegaram a me abordar, me acordaram, tentaram me acordar, só que eu ainda estava acordando. Só que um ficou impaciente e me deu uma coronhada. Isso com o capuz. Não é à toa que o capuz está todo ensanguentado. A partir daí, acordei mesmo, percebi que era realmente um assalto, logo após o disparo também”, disse o homem agredido com uma coronhada.

O crime aconteceu por volta de 6h10. As vítimas vinham em um ônibus da viação Mauá, que faz a linha Campo Grande x Alcântara (São Gonçalo). Na altura de Fazenda Botafogo, os criminosos embarcaram.

Eles atiraram no teto do veículo, ameaçaram o motorista e os passageiros, além de cometer os assaltos.

“Eles falavam pra gente não levantar a mão, não levantar a mão, não demonstra que tá acontecendo nada aqui dentro. E a gente, preocupada, já logo levanta a mão com medo de eles acharem que a gente tá portando alguma coisa. E toda hora eles gritavam: – Se levantar a mão, vai morrer, vai morrer. Eu não tô brincando, não”, disse uma passageira.

O caso foi registrado na 21ª DP (Bonsucesso). Um dos passageiros, que estava acompanhado da mulher, já disse que vai pedir para ela deixar o trabalho:

> “Ela trabalha, eu já falei com ela que, conversei com ela, pedi pra ela ir lá conversar e pedir pra ela sair do serviço. Prefiro vir trabalhar sozinho que vir com ela. Porque, correr esse risco, melhor ficar em casa.”

Criminosos assaltam ônibus na Avenida Brasil — Foto: Reprodução/ TV

Os criminosos desceram perto do acesso à Ilha do Governador. O setor de inteligência da Polícia Militar investiga se os assaltantes são de uma quadrilha do Jacarezinho, que promove assaltos em ônibus.

A Polícia Civil disse que ouviu o motorista e vai ouvir as outras vítimas, e que pediu imagens de câmeras de segurança e está tentando identificar os assaltantes.

Bandidos atiraram dentro de ônibus na Avenida Brasil — Foto: Reprodução/ TV

A Polícia Civil disse que ouviu o motorista e vai ouvir as outras vítimas, e que pediu imagens de câmeras de segurança e está tentando identificar os assaltantes.

A Polícia Militar disse que policiais do Batalhão de Policiamento em Vias Expressas intensificaram as abordagens a ônibus. A PM afirmou ainda que agentes da inteligência estão fazendo buscas na região.

A Federação das empresas de Mobilidade do Estado do Rio lamentou que motorista e passageiros tenham sofrido ameaças e violência no transporte público, e que colabora com as autoridades.

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