O asteroide 2024 PT5, apelidado de “segunda lua” durante sua recente passagem pela Terra, despertou o interesse de pesquisadores que analisaram suas características. Este corpo celeste permaneceu em órbita ao redor da Terra por algumas semanas, comportando-se quase como um satélite natural, o que lhe rendeu o título de “segunda lua” ou “minilua”. Um estudo recente identificou algumas das particularidades deste asteroide e sua possível ligação com a própria Lua.
Em novembro do ano passado, o asteroide 2024 PT5 deixou a órbita terrestre após permanecer próximo ao nosso planeta por um curto período. Segundo a pesquisa, esse objeto rochoso pode ter se formado a partir de material ejetado da Lua há bilhões de anos, durante uma colisão que resultou em algumas crateras. Os dados foram coletados pelo Observatório Teide, na Espanha, que contribuiu para a análise desse fenômeno peculiar.
Um estudo publicado pela revista científica Astronomy & Astrophysics revelou que a composição química da “segunda lua” guarda semelhanças com a do material lunar coletado durante as missões Apollo, da agência espacial norte-americana NASA. O principal autor do estudo, Carlos de la Fuente Marcos, da Universidad Complutense de Madrid, destaca que existem evidências indicando a possível origem lunar deste asteroide.
Antes de se aproximar da Terra, o asteroide 2024 PT5 estava localizado no cinturão de asteroides de Arjuna, a uma distância de aproximadamente 150 milhões de quilômetros do Sol. A maioria dos asteroides nessa região segue trajetórias semelhantes à órbita terrestre, segundo explicou Marcos. Ele aponta que para um asteroide ser considerado uma “segunda lua”, é necessário que ele se aproxime até 4,5 milhões de quilômetros da Terra e apresente uma velocidade mínima de 3.540 quilômetros por hora.
Ao retornar ao cinturão de asteroides de Arjuna, o asteroide 2024 PT5 foi afastado pela influência gravitacional do Sol, após sua breve passagem pela órbita terrestre. Os dados coletados pelo Observatório Teide serão fundamentais para futuras investigações sobre esse corpo celeste e podem contribuir para um maior entendimento sobre sua origem e comportamento.
Os cientistas acreditam que, assim como o asteroide 2024 PT5, outros objetos similares provenientes de colisões na Lua há bilhões de anos possam existir no cinturão de asteroides de Arjuna. O estudo descreve que esse asteroide passa por envolvimentos coorbitais recorrentes e eventos de “minilua”, indicando sua possível relação com o material lunar ou com asteroides do tipo Sv.
Diante das descobertas sobre a “segunda lua”, aguarda-se por novas observações e análises que podem revelar mais informações sobre a natureza e origem desse peculiar asteroide. Sua proximidade com a Terra e semelhanças com o material lunar despertam o interesse da comunidade científica, que busca desvendar os mistérios que envolvem esse curioso fenômeno astronômico.