Ataque a tiros deixa dois mortos e um ferido em Irajá: sobrevivente entubado no hospital, comunidade pede segurança e justiça

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Um ataque a tiros contra pessoas em situação de rua na madrugada desta sexta-feira deixou dois homens mortos e um terceiro gravemente ferido em Irajá, na Zona Norte do Rio. O sobrevivente, Jaílton Matias Anselmo, de 37 anos, foi atingido por pelo menos três disparos – no rosto, no tórax e em um dos joelhos – e encontra-se entubado no Hospital Estadual Getúlio Vargas (HEGV), na Penha. As vítimas estavam dormindo sob o viaduto da Avenida Pastor Martin Luther King Jr., próximo à estação do metrô de Irajá, quando foram surpreendidas por tiros disparados por criminosos que saíram de um carro ainda não identificado.

Segundo relatos de testemunhas e policiais militares do 41º BPM (Irajá), o ataque ocorreu por volta das 4h45. Um carro parou no sentido Pavuna e homens desceram atirando em direção às pessoas em situação de rua. Os disparos foram feitos em pontos diferentes do local, resultando na morte de dois homens perto dos colchões em que dormiam. Etervaldo Bispo dos Santos, conhecido como Bahia, de 52 anos, era um dos mortos. Bahia era morador de rua há mais de 10 anos, trabalhava como cabeleireiro e percussionista, participando de projetos sociais de música na Zona Norte do Rio.

Jaílton, o sobrevivente do ataque, vivia nas ruas há pelo menos uma década e dormia exatamente no local onde foi atingido. Ele veio do Nordeste ainda criança com os pais para o Rio de Janeiro, onde permaneceu para tentar a vida após os pais retornarem para sua cidade natal. Durante os anos em que teve moradia, Jaílton trabalhava em supermercados e aceitava trabalhos temporários para se sustentar. A situação causou comoção na região, com moradores comentando sobre a inesperada violência que abalou a vizinhança.

As investigações sobre o caso estão em andamento, com a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) encontrando cápsulas de pistola e fuzil no local do crime. A possível relação com disputas territoriais na área de atuação do Terceiro Comando Puro (TCP) está sendo considerada, mas nenhuma linha de investigação foi descartada. Após o ocorrido, agentes da Secretaria Municipal de Assistência Social prestaram apoio às pessoas em situação de rua sob o viaduto, oferecendo ajuda e suporte emocional.

Familiares de Jaílton relatam ter sido surpreendidos pela notícia do ataque e correram para o hospital para saber do estado de saúde do sobrevivente. Encontraram Jaílton entubado na sala vermelha do hospital, em estado grave. A comunidade local relembra Bahia como uma figura querida e ativa nos projetos sociais de música, apesar das dificuldades que enfrentava. O crime chocou a região e despertou a necessidade de reforçar a segurança e proteção das pessoas em situação de rua.

A Polícia Civil continua trabalhando na identificação dos autores do ataque e no veículo utilizado, buscando esclarecer os motivos por trás dessa tragédia. O cenário de violência impactou profundamente a comunidade, que clama por justiça e segurança para todos os cidadãos, independente de sua condição social. Enquanto a investigação prossegue, os familiares das vítimas aguardam ansiosos por respostas satisfatórias e a punição dos responsáveis por mais essa violência que assola a cidade do Rio de Janeiro.

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