Ataque mortal na Caxemira agrava tensões entre Índia e Paquistão
Massacre de 26 turistas na região disputada do Himalaia provoca crise diplomática entre as potências nucleares
As relações entre Índia e Paquistão estão se deteriorando após um ataque mortal na região disputada do Himalaia de Jammu e Caxemira que deixou mais de 20 turistas mortos, aumentando os temores de uma nova escalada militar entre os rivais nucleares.
Nova Délhi rebaixou os laços com Islamabad, convocou seu principal diplomata, suspendeu pela primeira vez seu envolvimento em um tratado crucial de compartilhamento de água e fechou uma importante passagem de fronteira, entre outras medidas punitivas após o que foi o pior ataque a civis na região em anos.
Todos, exceto um dos 26 mortos, eram cidadãos indianos, provocando uma nova onda de agitação em uma região reivindicada tanto pelo Paquistão quanto pela Índia e que tem sido o epicentro de uma disputa territorial frequentemente violenta entre os dois países.
Por décadas, vários grupos militantes domésticos, exigindo independência para a Caxemira ou a incorporação da área ao Paquistão, lutaram contra as forças de segurança indianas, deixando dezenas de milhares de mortos na violência.
Na quarta-feira (23), a Índia acusou o Paquistão de apoiar grupos terroristas na região, depois que um grupo armado pouco conhecido chamado The Resistance Front reivindicou a responsabilidade pelo ataque. O Paquistão negou qualquer envolvimento.
Na terça-feira (22), homens armados abriram fogo contra turistas em um popular destino de viagem na região montanhosa de Pahalgam, na Caxemira administrada pela Índia, um raro ataque contra turistas. Pelo menos 25 cidadãos indianos e um cidadão nepalês foram mortos no massacre, que ocorreu em um prado no Vale Baisaran – que só é acessível a pé ou a cavalo.
Testemunhas descreveram cenas de horror quando os atiradores se aproximaram, abrindo fogo contra turistas a curta distância. Alguns recordaram como os homens foram selecionados e alvejados. Outros sobreviventes que falaram com a mídia local disseram que os atiradores acusaram as famílias de apoiar o primeiro-ministro indiano Narendra Modi antes de atirar.