Ataque russo a Kiev deixa 12 mortos e é o mais letal desde julho de 2024

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A capital da Ucrânia foi alvo, nesta quinta-feira, 24, do ataque mais mortal registrado nos últimos nove meses. Segundo autoridades locais, pelo menos 12 pessoas morreram e mais de 90 ficaram feridas após a Rússia lançar uma ofensiva aérea com 70 mísseis e 145 drones contra Kiev e outras regiões do país. A operação foi descrita pela Força Aérea Ucraniana como um dos maiores bombardeios desde o início da guerra.

O ataque destruiu prédios residenciais e atingiu infraestrutura civil em pelo menos 13 pontos da capital. O número de vítimas pode aumentar, já que equipes de resgate ainda procuram sobreviventes sob os escombros, incluindo duas crianças desaparecidas no distrito de Sviatoshyn, conforme informou o ministro do Interior ucraniano, Ihor Klymenko.

Imagens divulgadas pelos serviços de emergência mostram edifícios em chamas, enquanto bombeiros e cães farejadores trabalham nas buscas. Pelo menos 42 pessoas foram hospitalizadas, entre elas seis crianças. O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, pediu que a população procurasse abrigo e afirmou que as equipes de resgate continuam removendo os escombros manualmente, com cautela, para evitar riscos a possíveis sobreviventes.

O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que o ataque teve como alvo instalações ligadas às indústrias de aviação, mísseis, espaço e produção de combustível para foguetes e pólvora. Moscou declarou que “todos os objetivos foram atingidos”.

A investida russa ocorreu horas depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticar o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, por dificultar as negociações de paz. O governo norte-americano teria sugerido reconhecer o controle russo sobre a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, como parte de um acordo para encerrar a guerra que já dura três anos. A proposta foi rejeitada por Zelensky, que reforçou que aceitar isso violaria a constituição ucraniana.

Em resposta ao ataque, o presidente ucraniano encurtou sua viagem à África do Sul e afirmou que entraria em contato imediato com parceiros internacionais para solicitar reforço nas defesas aéreas do país. “Já se passaram 44 dias desde que a Ucrânia aceitou um cessar-fogo total, mas a Rússia continua atacando e matando o nosso povo”, declarou Zelensky nas redes sociais.

Além de Kiev, outras oito regiões da Ucrânia também foram alvo da ofensiva russa, incluindo Zhytomyr, Dnipro, Kharkiv, Poltava, Khmelnytsky, Sumy e Zaporizhzhia. Cinco mísseis balísticos conseguiram furar as defesas aéreas, de acordo com a Força Aérea da Ucrânia.

As tensões políticas entre os Estados Unidos e a Ucrânia aumentaram ainda mais após o rebaixamento de reuniões diplomáticas envolvendo autoridades de alto escalão. O Secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, retirou-se das negociações, que agora serão conduzidas por representantes de menor escalão. Em meio à crise, o enviado do governo Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, deve se reunir com o presidente russo, Vladimir Putin, em Moscou nesta sexta-feira (26).

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