Ataques em escolas: Lula endossa trabalho de Caiado em Goiás

Ataques em escolas: Lula endossa trabalho de Caiado em Goiás

Em reunião realizada em Brasília (DF) nesta terça-feira,18, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou a governadores e prefeitos de todo o país a importância de envolver as famílias no combate à violência no ambiente escolar. A medida é uma das adotadas em Goiás, a partir de determinação do governador Ronaldo Caiado, expressa em projeto de lei que tramita na Assembleia Legislativa. Para a União, o caminho para a paz passa por outras ações também já colocadas em prática no estado, como investimento em segurança pública, realização de campanhas e serviço de psicologia.

“Venho trazer a experiência e os resultados já obtidos no estado de Goiás. Em um primeiro momento, determinamos que as nossas forças policiais, além de fazer a segurança nas escolas, avançassem na área da inteligência. E assim a Delegacia de Crimes Cibernéticos conseguiu levantar vários casos antes que os fatos acontecessem”, destacou o governador em entrevista antes do encontro. Ainda segundo Caiado, o trabalho preventivo permitiu a identificação e atuação rápida para abortar 52 casos que envolviam planos de ataques a unidades de ensino.

Lula endossou o posicionamento de Caiado, ao afirmar que os governantes não podem permitir que “o ódio prevaleça sobre o bem”. “Quero agradecer o trabalho que as polícias estaduais e as suas inteligências estão fazendo junto com o nosso Ministério da Justiça. É preciso envolver todo mundo, ninguém pode ficar fora”, justificou. O presidente propôs, em consonância com a administração estadual, atribuir às famílias parte da responsabilidade pelos atos e pela criação de uma cultura de paz. “A família tem de estar envolvida nesse processo, ter responsabilidade de ajudar a cuidar”, explicou o presidente.

Para o Ministro da Educação, Camilo Santana, há necessidade de fortalecer as ações psicossociais nas escolas brasileiras a fim de episódios como o ataque a uma creche, ocorrido dia 5 deste mês em Blumenau (SC), não se repitam. “Não é uma solução fácil, mas são necessários todos os entes federados unidos em torno dessa questão”, salientou. De acordo com dados apresentados pelo governo federal, 225 pessoas foram presas no país nos últimos 10 dias. Há mais de 1,2 mil casos em investigação e 756 remoções ou suspensão de perfis em plataformas de redes digitais.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o objetivo da reunião é instituir um fórum com a participação de estados e dos Três Poderes para elaborar medidas de enfrentamento à violência nas escolas. “O objetivo da reunião é que, a partir daqui, consigamos instalar um fórum de discussão e deliberação, conselho da república, para elaborar medidas preventivas para salvar vidas e a juventude”, frisou. Também participaram o vice-presidente Geraldo Alckmin; o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco; a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, o procurador-geral da República, Augusto Aras; e ministros de governo.

Ações comandas por Caiado em Goiás

Em Goiás, as medidas adotadas incluem atendimento de professores e estudantes por serviço de psicologia; campanhas de combate ao bullying; instalação de câmeras de monitoramento nas unidades de ensino; interlocução com redes sociais e páginas da internet para a remoção instantânea de conteúdos impróprios e de apologia ao crime; e, em caso de episódios de violência, a responsabilização civil, penal e administrativa do agressor e dos pais ou responsáveis. Além disso, o Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), destinou R$ 1,8 milhão para a compra de detectores de metais para as 1.049 escolas da rede pública estadual.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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