A Ucrânia registra ataques massivos de norte-coreanos em Kursk, conforme relato da inteligência militar ucraniana. As tropas da Coreia do Norte entraram em combate em números significativos com o objetivo de ganhar território na região. O presidente ucraniano Volodimir Zelenski confirmou que a Rússia começou a utilizar tropas norte-coreanas em números expressivos pela primeira vez para realizar ataques contra as forças ucranianas no enclave da região de Kursk.
Este uso massivo de tropas da Coreia do Norte na guerra é considerado o mais expressivo até o momento. Zelenski destacou que dados preliminares indicam que os russos estão empregando soldados norte-coreanos em seus ataques, em um número considerável. Há informações que sugerem a possibilidade de ampliação desse uso para outras partes da linha de frente, de acordo com o presidente ucraniano.
A presença de forças norte-coreanas na região de Kursk já havia sido identificada por Kiev em outubro, durante confrontos menores. Contudo, desta vez um batalhão teria participado de um ataque massivo contra as forças ucranianas, o que representa uma escalada no conflito. Até o momento, a Rússia não confirmou nem negou a presença dos norte-coreanos na guerra, estimando-se que cerca de 11 mil homens da Coreia do Norte integram o efetivo russo.
O ataque coordenado norte-coreano realizado neste sábado tem sido comparado à tática das ‘ondas vivas’ usada pelos exércitos norte-coreano e chinês durante a Guerra da Coreia de 1950-53. Os soldados norte-coreanos conseguiram ultrapassar algumas posições ucranianas devido à velocidade e ao fato de não pararem para evacuar os feridos, conforme destacado pelo jornalista ucraniano Yuri Butusov.
Andrii Kovalenko, funcionário do Conselho de Defesa e Segurança Nacional da Ucrânia, mencionou que os norte-coreanos sofreram perdas durante os confrontos. Os russos estão contando com o apoio dos norte-coreanos para realizar operações de assalto, sendo a missão destes correr sob os golpes das forças ucranianas e ocupar áreas estratégicas.
A Ucrânia lançou uma incursão na região de Kursk, no oeste da Rússia, em agosto, criando um enclave que poderia ser utilizado como moeda de troca em possíveis negociações para encerrar a guerra. No entanto, a Rússia afirmou ter conquistado dois vilarejos em Donbass, região estratégica da frente leste ucraniana, em uma ofensiva terrestre acompanhada por ataques aéreos.
A intensificação da ofensiva russa em Donbass é vista por analistas como uma estratégia para conseguir uma posição de negociação mais vantajosa após a posse do presidente eleito dos EUA, Donald Trump. Durante a semana, a Rússia empregou grande quantidade de munição e equipamentos contra a Ucrânia, incluindo bombas, drones e mísseis. A situação delicada no país é acompanhada por veículos de imprensa como a DW, parceira do DE.