Do balcão ao jaleco: atendente de shopping em SC viraliza no último dia de trabalho antes de se tornar médica
Camila Ceruti, de 24 anos, é a primeira da família a se tornar médica. Sem condições de manter um emprego fixo por conta da carga horária do curso, ela vendia doces e no segundo ano, passou a trabalhar como balconista na lanchonete.
Atendente de shopping viraliza no último dia de trabalho antes de se tornar médica
Atendente de shopping viraliza no último dia de trabalho antes de se tornar médica
Após mais de seis anos dedicados ao curso de Medicina, Camila Ceruti, de 24 anos, está prestes a se formar médica. No seu último dia de trabalho como balconista em uma lanchonete de shopping, em Blumenau, no Vale do Itajaí, ela viralizou nas redes sociais com uma despedida. Até esta quarta-feira (9), o vídeo já havia ultrapassado 2 milhões de visualizações.
No vídeo, Camila aparece de uniforme, em um restaurante da praça de alimentação, guardando uma bandeja e retirando a touca. Na legenda, escreveu: “Hoje é seu último dia como balconista, pois você se forma médica nesta semana” (assista acima).
Ao DE, Camila conta que estudou em escola pública e ingressou na Universidade Regional de Blumenau (Furb) em 2019 com uma bolsa de estudos. A entrega do diploma está marcada para esta sexta-feira (11), segundo ela.
Nas redes sociais, a jovem compartilha os desafios da sua rotina e trajetória de vida. Sem condições de manter um emprego fixo por conta da carga horária do curso, ela vendia doces e no segundo ano, passou a trabalhar como balconista na lanchonete do shopping.
“Apesar de ser a faculdade ser integral, não significa que sejam 24 horas. Não dá para você ter um trabalho CLT, mas possível você encaixar freelancer nesse período. Encaixei trabalhos à noite, à tarde, nos finais de semana, nos feriados. Também fiz doces para vender e fico feliz em motivar outras pessoas!”, explica.
A futura médica também já participou de três intercâmbios sociais internacionais, foi presidente do Centro Acadêmico de Medicina da FURB e atua em projetos de educação pública e empreendedorismo social. Seu sonho é ser Médica Sem Fronteiras e atuar pelo SUS, para levar saúde e dignidade às comunidades mais vulneráveis.
Camila conta que começou a vender brigadeiros para ajudar em casa ainda no ensino médio. Agora ela se torna a primeira médica da família. “Por vezes, pensei em desistir do sonho de ser médica, porque sabia que não teria como pagar”, compartilhou. Foi com a renda desses doces que ela conseguiu participar de eventos internacionais. Em 2024, representou o Brasil em um fórum da ONU no Paquistão, financiando a viagem com a venda de brigadeiros na universidade.