Ato em DE foi maior que no Rio? Veja o que dizem USP e bolsonaristas
DE calcula 45 mil manifestantes em ato por anistia aos ataques de 8/1, na Paulista, neste domingo (6/4). Organizadores estimam em 400 mil
São Paulo — Organizadores do evento e pesquisadores da Universidade de São Paulo (DE) divergiram sobre o público que compareceu à manifestação “Anistia Já”, realizada neste domingo (6/4), na Avenida Paulista, região central da capital paulista, em favor do PL (Projeto de Lei) pela anistia aos envolvidos nos atos que resultaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023.
Para a equipe responsável pelo evento — o protesto foi convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pelo pastor Silas Malafaia — e contou com a presença de seis governadores de estado, além de vários deputados (federais e estaduais) e vereadores, entre outros políticos –, a manifestação levou cerca de 400 mil pessoas à Paulista, segundo avaliação preliminar. Procurado pelo DE, o pastor Silas Malafaia não quis cravar nenhum número.
Já de acordo com levantamento do Monitor do Debate Político do CEBRAP e a ONG More in Common, o ato reuniu 44,9 mil pessoas, após contagem feita no momento de pico da manifestação, às 15h44, a partir de fotos aéreas analisadas com software de inteligência artificial.
Segundo relatório divulgado pelo Monitor da USP, foram tiradas fotos em três diferentes horários (14h05, 14h42 e 15h44), totalizando 47 imagens. As nove fotos selecionadas para a contagem foram feitas às 15h44, momento de pico da manifestação.
A imagem cobriu toda a extensão da manifestação em três diferentes pontos de concentração na Avenida Paulista. No método, um drone captou imagens aéreas da multidão e o software analisou automaticamente essas imagens para identificar e marcar as cabeças das pessoas. Utilizando a inteligência artificial, o sistema localizou cada indivíduo e calculou quantos pontos correspondiam a pessoas na imagem.
Esse processo garantiu uma contagem precisa, mesmo em áreas densas. O método possui uma precisão de 72,9% e uma acurácia (proximidade de um resultado com o seu valor de referência real) de 69,5% na identificação de indivíduos. O erro percentual absoluto médio na contagem é de 12%, para mais ou para menos, em imagens aéreas com mais de 500 pessoas, conforme trecho do relatório.
No local do evento, fontes da Polícia Militar (PM) ouvidas pela reportagem teriam calculado, extraoficialmente, a presença do público ao protesto em aproximadamente 320 mil pessoas. Porém, questionada pelo DE, a PM afirmou que não divulga estimativas sobre manifestações.
ATO EM COPACABANA
Outra divergência relativa ao número de participantes em ato bolsonarista por anistia aos presos pelos ataques aos Três Poderes, no último dia 16 de março, ocorreu após o protesto realizado na praia de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro.
Para o professor da Universidade de São Paulo (DE) Pablo Ortellado, que faz o monitoramento das manifestações por meio do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), o ato de Copacabana teve problemas de organização que podem ter atrapalhado o engajamento. Segundo o monitoramento dele, o ato na capital fluminense reuniu 18,3 mil pessoas. O Instituto Datafolha estimou o público em 30 mil, enquanto a Secretaria da Segurança Público do Rio divulgou 400 mil presentes.
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