Entregador que morreu em acidente com Dodge Ram tinha decidido que iria parar
com entregas por causa dos riscos, diz sogro
Jovem de 21 anos foi atingido por motorista que não tinha habilitação para
dirigir veículos da categoria C. Esposa de entregador pede por justiça.
Novo vídeo mostra o momento em que entregador é atropelado
O entregador que morreu atropelado por uma Dodge Ram
tinha decidido que iria parar com as entregas por causa dos riscos da profissão,
disse o sogro do rapaz. Pedro Vitor de Brito, de 21 anos, morreu depois de ser
atingido pela caminhonete, dirigida pelo estudante de 24 anos, Alberto Xavier de
Mello Neto. O acidente aconteceu em Goiânia, em um viaduro do Setor Jardim
Goiás.
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O acidente aconteceu na noite de domingo (8). De acordo com Fábio Bueno da
Cunha, sogro de Pedro, eles haviam conversado sobre o jovem parar de fazer
entregas no mesmo dia.
> “No domingo, ele esteve aqui . A gente conversando, ele me falou que ia parar
> porque estava achando perigoso, vendo muito acidente, e já tinha passado uns
> perrengues”, contou Fábio.
O homem disse que ainda falou para o genro parar naquele dia mesmo. Pedro Vitor
respondeu: “Não posso fazer isso, seu Fábio, tem que ter responsabilidade, tem
que ir”.
O motorista Alberto Xavier de Mello Neto compareceu à delegacia, mas permaneceu
em silêncio durante o interrogatório. A defesa do motorista disse que ele se
apresentou espontaneamente à autoridade policial e está colaborando com as
investigações (ver nota na íntegra ao fim do texto).
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A esposa do entregador, Dhebora Geovanna Siqueira Bueno, disse que espera
justiça.
> “Como que a pessoa consegue dormir, colocar a cabeça no travesseiro, como se
> nada tivesse acontecido, sendo que tirou a vida de um inocente que estava
> trabalhando para trazer o pão para dentro se casa. Só queria justiça”, afirmou
> Dhebora.
De acordo com a delegada do caso, Caroline Paim, o jovem não tem habilitação
para dirigir a Dodge Ram, que exige CNH de categoria C.
Alberto Xavier de Mello Neto atropelou entregador, em Goiânia, Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
O acidente ocorreu no último domingo, enquanto Pedro trabalhava entregando pizzas. O jovem foi atingido por uma caminhonete que entrou na contramão, próximo ao viaduto da Jamel Cecílio, no Jardim Goiás, em Goiânia.
Pedro Vitor chegou a ser levado para o hospital, passou por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Dhebora Siqueira, esposa da vítima, relatou a indignação pela morte do entregador.
“Ele andava certinho, não fazia gracinhas. Literalmente foi um assassinato o que esse monstro fez. E fugiu, não prestou nada, só deixou ele lá”, disse Dhebora.
De acordo com relatos ouvidos pela família, o rapaz teria recebido os primeiros atendimentos ainda no local, por dois motoristas médicos que passavam na hora do acidente. Um deles ainda teria visto o suspeito de causar o acidente ziguezagueando pela pista pouco antes do fato.
Ainda de acordo com a família, o jovem é natural do estado do Pará e havia se mudado para Goiás há pouco menos de 5 meses. Pedro Vitor deixa uma filha de três anos, fruto de outro relacionamento.
Pedro Vitor, vítima de atropelamento, em Goiânia, Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Nota da defesa na íntegra
A defesa de Alberto Xavier M. Neto informa que, desde o momento dos fatos, foi
imediatamente acionada e adotou todas as providências cabíveis. Comparecemos ao
local do acidente e, em seguida, ao hospital para onde a vítima havia sido
encaminhada, solicitando informações e dados de contato dos familiares com o
objetivo de prestar todo o auxílio necessário. Contudo, esses dados não foram
fornecidos pelo hospital, que alegou sigilo das informações, conforme a LGPD.
No dia seguinte ao lamentável acidente, em 09/12/2024, ao tomarmos conhecimento
do triste falecimento da vítima, imediatamente, entramos em contato com a
delegacia responsável pela investigação dos fatos. O contato foi estabelecido
com a autoridade policial, quando a defesa se dirigiu à delegacia acompanhada do
Sr. Alberto Xavier M. Neto.
Neste ato, o Sr. Alberto apresentou-se espontaneamente, colaborando
integralmente com as investigações. Foram entregues os documentos necessários e
disponibilizada a caminhonete para a realização da perícia.
Reforçamos que, neste momento, estas são as informações e esclarecimentos
disponíveis. Eventuais detalhes adicionais serão apresentados e juízo, no curso
do devido processo legal, com pleno respeito ao contraditório e à ampla defesa.
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