Justiça marca audiência para viúva, irmã e cunhado acusados de envolvimento na
morte de Igor Peretto
Igor Peretto, de 27 anos, foi encontrado morto no apartamento da irmã, Marcelly
Peretto, em Praia Grande (SP). A parente, Rafaela Costa (viúva) e Mario Vitorino
(cunhado) foram presos acusados de envolvimento no homicídio.
Casais estavam dentro do apartamento onde Igor Peretto foi encontrado morto em
Praia Grande (SP). A Justiça marcou para o dia 20 de março a audiência de instrução e julgamento de
Rafaela Costa, Marcelly Peretto e Mario Vitorino, acusados de envolvimento na
morte do comerciante Igor Peretto, assassinado a facadas em um apartamento em
Praia Grande, no litoral de São Paulo.
O Ministério Público (MP-SP) concluiu que Rafaela (viúva), Marcelly (irmã) e
Mario (cunhado) premeditaram a morte de Igor, de 27 anos, uma vez que ele era
considerado um “empecilho no triângulo amoroso”. Na decisão, obtida pelo DE, além de comunicar a data da audiência, o juiz Felipe
Esmanhoto Mateo também deu um prazo de cinco dias para a defesa de Mario
Vitorino qualificar as testemunhas protegidas.
O magistrado também respondeu aos apontamentos feitos pelos advogados dos réus.
Entre eles, a acusação do crime de tergiversação [quando um profissional da área
defende, simultaneamente ou sucessivamente, clientes em conflito na mesma causa]
contra o advogado Felipe Pires de Campos.
O profissional em questão foi constituído como assistente de acusação, uma vez
que atualmente defende a família de Igor Peretto, mas já teria defendido
Marcelly antes mesmo dela ser considerada acusada por envolvimento no
assassinato.
Em nota, o advogado Marcelo Cruz, que defende a viúva Rafaela Costa, afirmou que
postulou para que ela fosse interrogada de forma presencial
para garantir o regular exercício da autodefesa. Para ele, o juiz acertou ao
designar que o ato seja feito no local.
O assistente de acusação Felipe Pires de Campos afirmou que a família permanece
tranquila e confiante no poder judiciário. “A decisão preferida ratificou o
recebimento da denúncia, pois estão presentes os indícios de autoria e
materialidade do crime com relação aos três réus”.
LAUDO PERICIAL, EXUMAÇÃO E REPRODUÇÃO SIMULADA
O magistrado também rejeitou a alegação de nulidade do laudo pericial
necroscópico. Na defesa de Marcelly à Justiça, o advogado Leandro Weissmann
citou “imagens editadas” no laudo cadavérico de Igor, pedindo a exumação do
corpo do rapaz.
Da mesma forma, o juiz descartou a realização de um novo exame necroscópico,
rejeitando a exumação do corpo de Igor. Os advogados de Marcelly e Mario fizeram apontamentos em relação à reprodução
simulada. Weissmann, representante da mulher, chamou a reconstituição em quadrinhos de
“infantil”, enquanto Mario Badures, que representa o homem, questionou o fato do
laudo ter a presença de emojis ‘em meio a uma dinâmica indecifrável’.
“De igual modo rejeito a preliminar de nulidade do laudo de reprodução simulada
dos fatos, em virtude do uso de emojis”, declarou o magistrado.
POSICIONAMENTOS
O advogado alegou que a acusação de tergiversação foi “leviana, infundada,
indevida e intolerável” e acrescentou que a decisão do juiz confirmou que não
houve qualquer prática de crime ou ilegalidade. “Declarações ofensivas,
injuriosas ou difamatórias não apenas ferem a honra individual, mas também
destoam dos princípios fundamentais que regem a atuação dos advogados”, pontuou.
Os advogados Leandro Weissmann, que representa Marcelly
Peretto, e Mario Badures, defensor de Mario Vitorino, afirmaram que não foram
intimados da decisão do juiz e, por este motivo, não se posicionariam neste
momento.
ÚLTIMAS PALAVRAS
De acordo com as testemunhas, Igor declarou amor pela esposa, Rafaela Costa,
minutos antes de ser morto a facadas no apartamento da irmã em Praia Grande.
Os advogados dos presos negaram a versão apresentada
pelo MP-SP, que afirmou que Rafaela mantinha relacionamentos extraconjugais com
Mário e Marcelly, estabelecendo uma relação íntima entre o trio sem o
conhecimento do comerciante.
O Ministério Público citou quais seriam as vantagens financeiras aos
denunciados. Segundo o órgão, Mário poderia assumir a liderança da loja de motos
que tinha em sociedade com o cunhado, enquanto a viúva receberia herança. “Marcelly, que se relacionava com os dois beneficiários diretos, igualmente
teria os benefícios financeiros”.
O MP considerou a ação do trio contra Igor um “plano mortal”. O documento diz
que eles planejaram o crime, sendo que Mário desferiu as facadas, a viúva atraiu
o comerciante e, junto com Marcelly, incentivou Mário a matá-lo.
O órgão levou em conta essas informações para elaborar a denúncia por homicídio
qualificado. “O crime foi cometido por motivo torpe, pois Mário, Rafaela e
Marcelly consideraram Igor um empecilho para os relacionamentos íntimos e
sexuais que os três denunciados mantinham entre eles. Ainda segundo a denúncia, o assassinato também foi praticado mediante recurso
que dificultou a defesa da vítima, pois Igor estava desarmado e foi atacado por
uma pessoa com quem tinha relacionamento próximo e de quem não esperava mal.