Áudio prova que Wajngarten mentiu na CPI segundo áudio da Veja

Nesta quarta-feira, 12, a CPI da Covid ouviu o ex-secretário de Comunicação Social da Presidência Fabio Wajngarten. Entre os assuntos abordados, o publicitário foi indagado sobre as afirmações dadas em entrevista a VEJA, no final de abril.

Em resposta a um questionamento da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), Wajngarten declarou que na entrevista cedida a VEJA, nunca disse que houve incompetência do Ministério da Saúde no processo de aquisição de vacinas.

De acordo com ele, a manchete de capa da edição 2735 (“Houve Incompetência”) foi um truque. “A manchete serve para vender a tiragem, a manchete serve para trazer audiência, a manchete serve para chamar a atenção, conforme a gente conhece”, declarou.

No entanto, um áudio mostra que o ex-secretário não disse a verdade à CPI.

Durante a entrevista, Wajngarten foi questionado se teria havido incompetência ou negligência do governo, em especial do Ministério da Saúde, em razão das dificuldades em avançar no processo de compra das vacinas da Pfizer.

Fabio Wajngarten foi direto e respondeu: “Incompetência, incompetência”, e em seguida explicou o porquê da resposta. Confira o trecho da entrevista:

Também na CPI, o ex-presidente confirmou que existe uma carta da Pfizer enviada ao governo Bolsonaro em 12 de setembro com o objetivo de negociar a compra de vacinas. De acordo com ele, em novembro, mandou um e-mail à farmacêutica e após isso, 17 de novembro, se encontrou com o CEO da Pfizer, Carlos Murillo, em seu gabinete.

Para a Veja, o ex-secretário apontou ineficiência na compra de imunizantes pela gestão do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. O ex-secretário ainda disse que devido a isso, foi autorizado pelo presidente  Bolsonaro a intermediar as negociações com a farmacêutica Pfizer para a compra de 70 milhões de doses do fármaco. Ele até se reuniu com diretores da empresa, discutiu cláusulas, porém o acordo não prosperou.

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Bolsonaro pode apoiar Daniel Vilela em 2026

“Wilder não sabe se será o presidente do PL até lá. Eu vou apoiar para o governo de Goiás quem o Bolsonaro indicar”, afirma o vereador eleito em confronto com o senador.

Com a atenção voltada para a sucessão estadual de 2026, o vereador eleito de Goiânia, Major Vitor Hugo (PL), organizou um encontro entre o vice-governador Daniel Vilela (MDB) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após as eleições municipais. A reunião surpreendeu a cúpula do PL em Goiás, que reagiu com um comunicado repudiando a ação de Vitor Hugo. Essa articulação, no entanto, lança dúvidas sobre a liderança do senador Wilder Morais, presidente do PL em Goiás, especialmente após a fraca performance do partido nas eleições municipais deste ano.

De acordo com Major Vitor Hugo, a reunião foi autorizada por Bolsonaro e abordou o cenário eleitoral tanto nacional quanto estadual. O vice-governador Daniel Vilela, que deverá assumir o governo em abril de 2026, se posiciona como um candidato natural para suceder o governador Ronaldo Caiado (União Brasil). O grupo governista saiu fortalecido das eleições municipais, tendo conquistado cerca de 200 prefeituras, além da expressiva popularidade de Caiado, que atingiu uma aprovação de 88%, conforme pesquisa Quaest divulgada recentemente.

Wilder Morais também se declarou pré-candidato ao governo de Goiás. No entanto, ao contrário de Vilela, o projeto eleitoral do senador enfrenta diversos obstáculos. “Essa definição, conforme a lei e o estatuto do PL, será tomada em julho de 2026, durante a convenção. Afirmar que é candidato com um ano e meio de antecedência é uma posição individual”, alertou Vitor Hugo em entrevista ao jornal O Popular.

“Wilder não sabe se será o presidente do PL até lá. Eu irei apoiar para o governo de Goiás quem o Bolsonaro indicar. Apoiarei também para o Senado quem o Bolsonaro indicar, assim como segui as suas orientações nas eleições deste ano”, enfatizou Major Vitor Hugo, sugerindo que as decisões eleitorais dentro do PL são predominantemente determinadas pelo ex-presidente.

A tensão no PL e a deterioração da liderança de Wilder Morais se refletem nos resultados das eleições municipais. O senador havia anunciado que o partido teria um desempenho robusto e sairia fortalecido para a sucessão estadual. Contudo, o resultado ficou muito aquém das expectativas, com apenas 26 prefeitos eleitos, menos da metade do que foi inicialmente projetado.

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