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Áudios revelam como funcionava o esquema criminoso de Pablo Marçal

Áudios relevados pela UOL no último domingo, 1º, revelam como funcionava o esquema que levou Pablo Marçal (PRTB) a ser preso em 2005. O candidato a prefeitura de São Paulo tinha 18 anos quando participou de um esquema de fraudes bancárias e foi alvo da Polícia Federal em Goiás.

Os grampos foram obtidos pelo site na 11ª Vara da Justiça Federal de Goiânia. Segundo a reportagem, o grupo criminoso era responsável por disparar emails com avisos falsos de irregularidades no CPF, na declaração de Imposto de Renda ou de inadimplência, para atrair vítimas e ter acesso as senhas.

Nos áudios, Marçal aparece conversando com o líder da quadrilha, identificado como Danilo Oliveira. Segundo a investigação, o político era responsável por capturar os e-mails que seriam enviados pelos golpistas as vítimas do esquema.

“Tô capturando aqui, chefe. Negócio tá bom. Negócio aqui em casa tá bom. Capturei hoje o dia inteiro”, diz Marçal em um dos áudios.

Em um dos áudios, a atuação de Pablo chega a ser criticada pelo chefe do esquema. “Você vê, aquela lista que você fez, com o JC (software) aqui em casa, muito ruim. A minha que eu fiz, muito boa, tudo bom, quase tudo bom, entendeu? Tem que prestar atenção nisso aí, ver como que tá fazendo. O que é e tal. O segredo é olhar os webmail direitinho”, disse Danilo Oliveira.

Já em outro, o político é repreendido pelo pai, que pede para que o filho pare de participar do esquema e honre “teu pai e tua mãe”.

Marçal confessou o crime

Na época do crime, Marçal confessou a Polícia Federal ter participado do esquema e explicou como funciona as fraudes dos criminosos. “Danilo disse que ‘Paco’ (integrante da quadrilha) inicialmente iria subtrair e-mails de certos hackers para repassá-los a Danilo e também iria fazer programas invasores (SPAM), que simulariam páginas de instituições bancárias para com isso capturar os dados dos correntistas”, disse em depoimento.

O político informou, ainda, que usava um programa para capturar os emails e que os enviava para Danilo. Ele mudou a versão diversas vezes, chegando a dizer que realizar apenas manutenção dos computadores da quadrilha. No entanto, a participação de Pablo foi entregue por Oliveira.

Marçal foi preso em casa em agosto de 2005, mas soltou dois dias depois após explicar o funcionamento do esquema e por entregar outros participantes. Ele foi denunciado por furto qualificado, associação criminosa e quebra de sigilo indevido de instituições financeiras, sendo condenado a pena por crime de furto qualificado em quatro anos e cinco meses de prisão. No entanto, Marçal não cumpriu a pena e o crime prescreveu em fevereiro de 2018.

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