Augusto Melo, Cassundé e ex-diretores do Corinthians: quem é quem no caso VaideBet

Entenda o papel de cada um em meio aos problemas que acabaram em rescisão de contrato de patrocínio de R$ 370 milhões e na investigação da Polícia Civil.

O presidente do Corinthians é indiciado em caso de patrocinador.

Mais de 20 depoimentos, quatro indiciados e uma crise administrativa que dura um ano. O caso VaideBet implodiu qualquer grau de normalidade na gestão de Augusto Melo, que convive com a sombra de um possível impeachment no Corinthians após ser indiciado pela Polícia Civil por possível furto qualificado pelo abuso de confiança, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Abaixo, o ge lista quais são os principais personagens responsáveis por todo o acordo de patrocínio de R$ 370 milhões, que saiu das páginas esportivas para as policiais devido a suspeitas de irregularidades no repasse do dinheiro recebido pela empresa Rede Social Media Design, intermediária do acordo.

O Conselho Deliberativo do Corinthians vota nesta segunda-feira, a partir das 18h, o impeachment do presidente Augusto Melo, na sede do Parque São Jorge.

Do presidente Augusto Melo para Alex Cassundé, passando pelo delegado Tiago Fernando Correia, a reportagem apresenta quem é quem no organograma do caso.

AUGUSTO MELO

Empresário de 60 anos, Augusto Melo foi eleito presidente do Corinthians em 25 de novembro de 2023 em eleição realizada no Parque São Jorge. Ele derrotou André Negão, candidato da situação, com 66,2% dos votos (2.771) contra 33,8% (1.413).

Augusto Melo celebrou o acordo com a VaideBet antes mesmo de assumir o cargo. Atuou como garoto-propaganda nos jogos na Neo Química Arena, ostentando bonés e adereços alusivos à casa de apostas. Ele foi indiciado pela Polícia Civil.

ALEX CASSUNDÉ

Proprietário da Rede Social Media Design, Alex Cassundé foi apresentado a Augusto Melo por Sérgio Moura, ex-superintendente de marketing do Corinthians.

A empresa de Alex Cassundé, a Rede Social Media Design, recebeu R$ 1,4 milhão de pagamentos do Corinthians pela intermediação do contrato com a VaideBet. O valor total, caso o acordo fosse cumprido até o fim, seria de R$ 25,2 milhões.

Cassundé também foi indiciado pela Polícia Civil.

SÉRGIO MOURA

O publicitário de 53 anos foi escolhido por Augusto Melo para comandar o departamento de marketing do Corinthians a partir de 2024. Ele conduziu o departamento com mais de 30 anos de atuação no mercado.

Sérgio Moura trouxe Alex Cassundé para a campanha de Augusto Melo antes mesmo da vitória na eleição. O publicitário ocupou cargo remunerado até 23 de maio, quando pediu afastamento do cargo. Também foi indiciado pela Polícia Civil.

MARCELO MARIANO

Marcelo Mariano dos Santos, conhecido como Marcelinho, foi diretor administrativo do Corinthians e mantinha uma importância crucial no dia a dia do clube. Ele autorizou o pagamento de duas parcelas para a empresa que intermediava o acordo com a VaideBet.

Essa atitude gerou desconforto e colaborou para o pedido de desligamento de Rozallah, ex-diretor financeiro do clube.

TIAGO FERNANDO CORREIA E JULIANO ATOJI

Tiago Fernando Correia é o delegado titular do Departamento de Polícia de Proteção a Cidadania (DPPC) e da terceira delegacia, responsável por casos de lavagem de dinheiro.

Juliano Atoji, promotor do Ministério Público de São Paulo, apoiou na investigação desde a abertura do inquérito.

RUBENS GOMES, O RUBÃO

Rubens Gomes, conselheiro vitalício do Corinthians, foi escolhido por Augusto Melo para comandar o departamento de futebol.

Rubão deixou o cargo por atritos com o presidente após questionar o pagamento de comissão no contrato com a VaideBet.

Armando Mendonça, segundo vice-presidente da gestão Augusto Melo, foi um dos primeiros membros a questionar o acordo de intermediação entre Corinthians e VaideBet.

Edna Oliveira dos Santos, mulher inserida como proprietária da empresa Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda., recebeu parte do valor recebido do Corinthians pela intermediação do contrato da VaideBet sem seu conhecimento.

Wave Intermediações Tecnológicas e UJ Football foram as empresas envolvidas nas tentativas de lavar o rastro do dinheiro desviado do patrocínio do Corinthians.

Ulisses Jorge, sócio da UJ Football, tem ligações com o crime organizado. O caso VaideBet continua a revelar novos detalhes e envolvimentos, trazendo à tona uma complexa teia de personagens ligados ao escândalo em torno do Corinthians. A investigação prossegue, revelando mais camadas do caso que abalou os alicerces do clube e de seus dirigentes.