Aumenta circulação do vírus causador da dengue hemorrágica em Goiânia

A maior circulação em Goiânia do vírus tipo 2 da dengue (responsável pela forma hemorrágica da doença), juntamente com as constantes chuvas e alta umidade que têm vigorado na capital nos últimos dias, tem deixado as autoridades de saúde num estado de alerta ainda maior, apesar da diminuição no número de casos notificados neste ano. Dados da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) revelam que 18.858 notificações foram feitas nos dois primeiros meses do ano em Goiás, uma queda de 6,2% na comparação com igual período em 2018. Neste mesmo intervalo de tempo, Goiânia lidera o número de ocorrências, com 5.280 casos, seguido por Aparecida de Goiânia e Anápolis. Em relação aos dois primeiros meses do ano passado a capital teve uma redução de 18% na quantidade de notificações.

Mas o que tem tirado o sono das autoridades públicas de saúde em Goiânia e chamado ainda mais a atenção para ações de combate ao mosquito transmissor, o Aedes aegypti, é que até o momento, 17 mortes estão sendo investigadas por suspeita de relação com a doença. De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, dos 5.280 casos notificados na capital este ano, quase 100% são de dengue tipo 2. Ainda de acordo com o órgão, no ano passado, 64 pessoas morreram por causa desse vírus específico da dengue.

Tal cenário reforça ainda mais a necessidade de colaboração e conscientização de toda a população no contínuo combate aos focos do Aedes aegypti. O clima quente e úmido desta época de verão é outro agravante, já que traz a configuração ideal para proliferação do mosquito transmissor da dengue e de outras três doenças: chikungunya, zika vírus e febre amarela. Por isso, desde o mês de dezembro, está aberta a temporada de caça aos possíveis criadouros do Aedes nos canteiros de obras. Em empreendimentos de grande porte como a do Kingdom Park Residence, maior torre residencial do Centro-oeste, esse trabalho contra a dengue é contínuo ao longo do ano, mas passa a ser intensificado com a chegada das chuvas.

Para a  prevenção dos focos da dengue na obra, que fica próximo ao Parque Vaca Brava, em Goiânia, foi contratada uma empresa que, regularmente, tem borrifado veneno contra o Aedes Aegypti. “O trabalho que eles desenvolveram aqui é semelhante ao que a Secretária de Saúde faz nas ruas”, explica o técnico de segurança do trabalho Ronaldo Rodrigues da Silva. Mas ele, porém, é enfático ao afirmar que a principal ação de combate ao mosquito é a prevenção.

“Colocamos cloro em locais onde a água fica empossada como lonas e semanalmente passamos orientações para que os operários nos ajudem a combater o mosquito, não deixando, por exemplo, copos descartáveis e sacos plásticos espalhados pela obra”, explica o técnico de segurança do trabalho, ao acrescentar que a empresa entende que o trabalho de combate deve ser abraçado por toda a equipe. “O deslize de um pode comprometer a saúde de outro colega”, alerta.

Outras empresas

Para reduzir ao máximo o risco de proliferação, a Toctao Engenharia realiza nas duas obras que mantém em Goiânia, programas contínuos de conscientização e combate aos criadouros do mosquito transmissor da dengue. Cinthia Martins, gestora ambiental da empresa, lembra que o ambiente de obra pode ser muito propício aos criadouros, por isso, o trabalho de combate deve ocorrer o ano todo.

“Para minimizar os riscos, semanalmente realizamos uma ação de limpeza nas obras, onde são recolhidos objetivos e borrifados produtos que combatem o mosquito, para eliminar possíveis focos”, informa. Ela destaca que nas obras há uma atenção redobrada com as lajes, onde a água se acumula facilmente. “Há algumas normas que são cumpridas rigorosamente: tambores de água, que ficam nos pavimentos da obra obrigatoriamente ficam fechados e embalagens de produtos não podem ficar espalhadas e devem, imediatamente, ser depositadas no lixo”, relata.

A gestora ambiental destaca que, sobretudo, o combate a esses vetores se resume em limpeza, organização e conscientização ambiental.  Por este motivo, o tema também é tratado em durante palestras de segurança do trabalho e de consciência ambiental. “Aqui trabalhamos o combate aos vetores da dengue o ano todo”, conta.

Dengueiro

Na Toctao, esse trabalho de conscientização é levado a sério, segundo Cinthia. Além da cobrança pelo engajamento de todos os colaboradores, em cada obra existe, desde 2010, um dengueiro, treinado pelo Serviço Social da Indústria no Estado de Goiás (Sesi), que é responsável pela fiscalização do canteiro e aplicação das medidas de combate a proliferação do mosquito. “Eles são um suporte. Aqui trabalhamos que todos são responsáveis”, destaca a gestora ambiental.

De acordo com Cinthia, o trabalho de educação ambiental é um trabalho de formiguinha que sai da atividade ocupacional e passa para casa e, consequentemente, para a comunidade em que o colaborador está inserido. “Aqui plantamos uma sementinha e ela vai dar frutos para a sociedade. A proliferação de doenças relacionadas ao Aedes Aegypti é de responsabilidade de todos”, destaca.

No condomínio Aldeia do Vale as ações para eliminar os focos de dengue são diárias e ocorrem durante o ano inteiro. Conforme explica o supervisor do núcleo de paisagismo e meio ambiente, Elton Carlos Gonçalves, um dos colaboradores da sua equipe, responsável pelo controle de pragas da área, tem também o olhar mais direcionado aos possíveis pontos de proliferação do mosquito quando chega a época das chuvas. “Junto com um agente de saúde da prefeitura de Goiânia, que visita o condomínio diariamente por meio de uma parceria, eles agem de forma preventiva na área comum, nas construções e nas residências. Quando algum foco é encontrado, notificam o responsável ou utilizam cloro para eliminá-lo, já que o condomínio tem uma visão ecológica e não usa o fumacê”, afirma.

Elton ressalta que orientações e informações também são enviadas aos moradores por meio de comunicados e publicações internas, junto com a taxa de condomínio, para promover a conscientização da responsabilidade de todos. “Nós também evitamos o plantio de espécies de bromélias, já que a planta acumula água em suas folhas e acaba se tornando foco do mosquito”, relata.

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Israel ataca aeroporto no Iêmen com diretor da OMS presente no local

Israel realizou ataques aéreos nesta quinta-feira, 26, contra o aeroporto internacional de Sanaa, capital do Iêmen, e outros alvos controlados pelos rebeldes huthis. As operações, que deixaram pelo menos seis mortos, ocorreram após os disparos de mísseis e drones pelos huthis contra Israel. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o objetivo dos ataques é enfraquecer o que chamou de “eixo do mal iraniano”.

Os bombardeios atingiram o aeroporto de Sanaa e a base aérea de Al Dailami, além de instalações militares e uma usina de energia em Hodeida, no oeste do país. Testemunhas relataram ao menos seis ataques no aeroporto, enquanto outros alvos incluíram portos nas cidades de Salif e Ras Kanatib. Segundo o Exército israelense, as estruturas destruídas eram usadas pelos huthis para introduzir armas e autoridades iranianas na região.

Durante o ataque ao aeroporto de Sanaa, o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, estava presente. Apesar dos danos e vítimas relatados, Tedros afirmou estar “são e salvo”. No entanto, um membro da tripulação de seu avião ficou ferido. A comitiva da OMS e da ONU que o acompanhava não sofreu ferimentos graves.

O Irã, aliado dos huthis, condenou os ataques israelenses, classificando-os como um “crime” e uma violação da paz internacional. Os rebeldes huthis também denunciaram os bombardeios, chamando-os de uma “agressão contra todo o povo iemenita”.

Desde 2014, os huthis controlam grande parte do Iêmen, incluindo Sanaa, após a derrubada do governo reconhecido internacionalmente. A guerra, que se intensificou com a intervenção de uma coalizão liderada pela Arábia Saudita, transformou o conflito em uma das maiores crises humanitárias do mundo.

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